terça-feira, novembro 22, 2005

“Milagres”

Ainda mal tinha completado o texto publicado ontem, em que falava sobre o Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa e fui surpreendido por um artigo publicado no Expresso de sábado passado, intitulado “O Milagre das Peras”.

Já toda a gente ouviu falar no “Milagre das Rosas” ou no “Milagre da Multiplicação dos Pães” mas no “Milagre das Peras”, que milagre é esse que nunca ninguém ouviu falar?
Muito simplesmente o milagre de se poder transformar 275 toneladas de peras em vias de se estragarem, em compotas para serem distribuídas a famílias carenciadas pelo Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa (BACF).
A coisa parece fácil mas, todos sabemos, que não é tão simples assim. Eu diria mesmo que só a forte e determinada iniciativa da presidente do BACFL e da Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome, Isabel Jonet, foi essencial para que o milagre acontecesse.
E a receita utilizada para se fazer esta compota “resumiu-se” a estes ingrediente: as peras foram cedidas pelo INGA, a DAI cedeu parte do açúcar, a Calimenta procedeu à transformação, a Sotancro ofereceu os frascos e a Luís Simões assegurou o transporte. Simples, não acham?
Donde, graças à iniciativa da Isabel Jonet e das diversas boas vontades referidas, desta milagrosa receita resultaram 188 mil frascos que encheram 95 paletes de compota.

E agora, uma vez apanhado o jeito, os milagres não vão ficar por aqui. Há outras ideias do género que já estão a andar, nomeadamente o “milagre do tomate” e o “milagre do peixe”.
No primeiro caso, o BACF conta com a ajuda da Compal (para a transformação) e da Tetra Park (para as embalagens) para transformar 120 toneladas de tomate fresco em 50 toneladas de polpa de tomate.
Quanto ao projecto do peixe, a Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome juntamente com o BACF de Setúbal, com a colaboração da Doca Pesca e com a adesão entusiástica dos pescadores, vai congelar 3800 toneladas de peixe que iria ser “devolvido ao mar”. Com este peixe é possível alimentar 100 mil pessoas, com 200 gramas de peixe, todos os dias do ano.

Pois é, ficamos de rastos quando ouvimos falar na forma como se pode evitar o desperdício. E há tanto desperdício por aí.

De uma maneira geral os “milagres” não se questionam, é uma questão de fé.

Mas há milagres que têm que ser ajudados ... perceberam? Volto a lembrar que se realiza já no próximo fim-de-semana, dias 26 e 27 de Novembro a recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa. Colaborem.

4 comentários:

Anónimo disse...

Bravo, bravo!! Iniciativa bonita, sim senhor. Esperemos que seja uma ideia que continue "frutuosa".

Anónimo disse...

Não conhecia este tipo de iniciativas "Milagre". É muito bom saber que há pessoas que se preocupam, podem fazer algo, e efectivamente fazem!

E este fim-de-semana, como já é habitual, lá estarei a dar o meu contributo.

Anónimo disse...

Ao ler este artigo e o anterior fiquei com a sensação de ter levado uma grande "pera". Como é possível que haja tanta gente com fome e se desperdice tanto. Perante tais "milagres" converti-me definitivamente ao Banco Alimentar Contra a Fome e vou divulgá-lo a todos os amigos. E no fim-de-semana lá estarei a contribuir. Com todo o gosto.

Anónimo disse...

Eu já costumava dar o meu contributo sempre que ocorriam as recolhas para o Banco Alimentar contra a Fome nos Hipermercados de Lisboa, porque sempre achei que era uma iniciativa muito válida.
No entanto, depois de ler este 2 textos ("Dar sim, mas …" e "Milagres"), confesso que vou contribuir com muito mais prazer ! !