quinta-feira, agosto 03, 2006

Caetano Veloso, “Leãozinho”

Após 13 anos de ausência do palco do Centro Cultural de Belém, Caetano Veloso voltou, ontem, a dar um concerto na Praça do Museu do CCB. Ao ar livre, numa noite estrelada mas, infelizmente, onde esteve sempre presente um vento frio e muito forte que se tornou no pior inimigo da plateia completamente cheia e do cantor que lutou sempre com um sorriso condescente, àquela presença fora de programa.

“disseram que o vento amainava quando o Sol se pusesse e ...” comentou a certa altura, no meio de um sorriso e de um encolher de ombros.

Para além desse vento desagradável que não deixou, inclusivé, que o som chegasse em condições aos espectadores que se situavam na parte de trás da improvisada “sala”, para além disso, o que posso dizer é que, passadas umas quantas horas do fim do concerto, continuo a sentir-me envolvido pela música quente e intimista de Caetano.

Desta vez, Caetano e a sua viola, a sós em palco, transportaram-nos numa espécie de viagem ao seu passado musical. Foi tempo para saborear canções eternas. Por ali passaram temas como “Diferentemente”, “Você é linda”, “Menino do Rio”, “A Luz de Tieta”, “Terra”, “Eu sei que vou-te amar”, uma sublime interpretação de “Cucurrucucu Paloma” cantada em falsete, e tantas outras, não esquecendo, naturalmente, uma das suas melhores composições, o “Leãozinho”.

O vento não permitiu que, este, fosse o mais extraordinário dos concertos de Caetano Veloso, mas a plateia rendeu-se completamente, e uma vez mais, ao cantor baiano. Com ele cantou, por ele se agitou e emocionou.

“Gosto muito de te ver, Leãozinho
Caminhando sob o sol
Gosto muito de você, Leãozinho
Para desentristecer, Leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho
Um filhote de leão, raio da manhã
Arrastando o meu olhar como um ímã
O meu coração é o sol pai de toda a cor
Quando ele lhe doura a pele ao léu
Gosto de te ver ao sol, Leãozinho
De te ver entrar no mar
Tua pele, tua luz, tua juba
Gosto de ficar ao sol, Leãozinho
De molhar minha juba
De estar perto de você e entrar numa”

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu sei que a inveja é um sentimento muito feio mas tou cheiinha dela!!!!!