segunda-feira, setembro 11, 2006

Sem Justificação

É daquelas notícias que mesmo que eu não estivesse de férias, repararia com toda a certeza, porque é demasiadamente forte para poder passar despercebida.

Então não é que Portugal foi o único país que não compareceu à reunião da CPLP que decorreu há umas semanas em Brasília e cujo o tema era a “alfabetização”?

O facto do nosso país ter faltado já é grave, mas mais grave se torna quando o assunto em debate era exactamente o problema da “alfabetização”, precisamente aquilo que andamos a discutir há um ror de tempo, de que a língua portuguesa (que não é só de Portugal e onde até nem somos assim tantos como isso a falá-la) deve ter cada vez maior expressão em todo o mundo, por forma a sermos realmente ouvidos, e, por essa via, a ocuparmos o lugar que devemos efectivamente ter na cena internacional. Por isso, porque é urgente, URGENTÍSSIMO, andamos há tanto tempo a bater-nos por querer melhorar os níveis de alfabetização e de cultura dos povos que falam a língua portuguesa.

Pois os responsáveis pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros assim não o entenderam e chegaram até a arranjar uma desculpa esfarrapada, do género “por causa de contigências várias...”, para justificar a nossa ausência. Mas que raio de justificação foi esta, Dr. Luís Amado?

Não entendo esta atitude do MNE. Nem eu nem os responsáveis dos outros países presentes que chegaram a admitir que sendo Portugal um país do Norte não estaria interessado em participar numa reunião de cooperação Sul-Sul.

Mas não deixa de ser confrangedor que Portugal, com as suas responsabilidades históricas e a influência que tem na CPLP, se tenha alheado desta forma e tenha falhado um encontro tão importante, promovido pelo Governo Brasileiro e pela Unesco e que, ainda por cima, se dispuseram a pagar as despesas dos participantes.
Foi, no mínimo, lamentável!

2 comentários:

Anónimo disse...

Será que Portugal não quis, deliberadamente, aparecer na tal conferência, exactamente porque todos os custos eram por conta do Brasil e da Unesco?
Se tivéssemos ido, ainda eram capazes de dizer que só estávamos interessados no passeio e porque lá havia bar aberto.
Suponhamos, para nosso sossego, que o nosso país ainda tem um pingo de dignidade e de orgulho. Senão, agarramo-nos a quê?

Anónimo disse...

Ai, eu acho tão giro o Dr. Luís Amado, com aquela barbinha e bigodinho grisalhos. Deve ser um excelente ministro. E achei o máximo a desculpa que ele arranjou para não irmos não sei aonde “por causa de contigências várias...”. Foi divino! A imaginação que o querido tem ...