domingo, novembro 26, 2006

Ser fã vai-nos custar 16 milhões de euros

Para mim, e desde sempre, a Caixa Geral de Depósitos é um banco como os outros, um tanto ou quanto antiquado nos processos e na postura dos seus empregados, é certo, mas um banco comercial que vende praticamente os mesmos produtos dos outros bancos, e comercializa as mesmas operações bancárias, praticamente com o mesmo nível de comissões dos outros bancos. Mas há, de facto, uma diferença substancial. A Caixa é um banco de capitais públicos, cujo o único accionista é o Estado, enquanto que os outros são privados.

Pois o problema é o de sempre, o das instituições de capitais públicos que gastam o dinheiro dos contribuintes (o nosso, portanto) de uma forma pouco clara e, na maioria das vezes, no mínimo, duvidosa.

Li no Diário Digital que a Caixa Geral de Depósitos decidiu fazer uma campanha publicitária, provavelmente com o intuito de angariar mais clientes (sobretudo clientela jovem), abrir mais contas, vender mais produtos, mais crédito à habitação, campanha essa que tem como protagonista o nosso seleccionador nacional de futebol, o Sr. Scolari. Até aqui, nada a dizer.

Aliás, há uma pequena coisa a dizer, é que essa campanha vai custar qualquer coisa como 16 milhões de euros.

Dir-se-á que a Caixa apenas está a empregar a mesma estratégia que o Banco Espírito Santo teve quando contratou o Cristiano Ronaldo, ou a do Milenium BCP com a Sara Tavares, mas, em minha opinião, dir-se-á mal. O BES e o BCP são privados e o dinheiro que eles entendam gastar é lá com eles, é um problema que só diz respeito às respectivas Administrações e aos seus accionistas.

No caso da Caixa é diferente. Os 16 milhões saem do nosso bolso e, ainda por cima, nós não temos a certeza que o retorno desse dinheiro venha a ser conseguido. Isto porque apesar do Sr. Scolari ser uma pessoa simpática e até carismática, a Caixa Geral de Depósitos continua a ser um banco envelhecido e incapaz de atrair a tal clientela jovem. O que nos faz questionar se este não será um dinheiro mal gasto e, portanto, desperdiçado?

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