quarta-feira, janeiro 10, 2007

Então em que ficamos?


Quando o Ministro da Economia, Manuel Pinho, decidiu nomear Vítor Santos para presidir à Entidade Reguladora do Sector Eléctrico (ERSE), de que já era, aliás, vogal do Conselho de Administração, o líder do PSD, Marques Mendes, contestou a indigitação de Vítor Santos.

Quando Manuel Pinho pretendeu nomear José Carvalho Neto, para vogal deste mesmo conselho, Marques Mendes, ignorando que José Carvalho Neto é um especialista em gás, e que até já fazia parte dos quadros da própria ERSE, voltou a contestar só porque o indigitado era assessor do próprio Ministro e afirmou que a confirmar-se a nomeação de Carvalho Neto, “acaba a regulação e começa a obediência”. Mendes acrescentou, ainda, que este quadro demonstra que “o Governo perdeu a vergonha”.

Perante esta posição tão acalorada do líder da oposição, o Ministro Pinho, homem inteligente, reconsiderou a sua opção e, para demonstrar que estava de boa fé neste processo, retrocedeu na posição anteriormente assumida e “apeou” José Carvalho Neto para optar por um outro nome, este ligado ao PSD, e nomeou José Braz para vogal da ERSE.

Braz que foi um antigo secretário de estado de Braga de Macedo num governo de Cavaco Silva é amigo de longa data de Manuel Pinho a quem, por acaso, um dia, o nomeou para Director-Geral do Tesouro.

E agora, Dr. Marques Mendes, vai ou não protestar? Continua a achar que o governo perdeu a vergonha ou porque José Braz lhe é próximo politicamente, o equilíbrio de forças ficou mais compostosinho e portanto vai ficar calado?
Não se tratará antes, pergunto eu, de um pagamento de favores, uma vez que Manuel Pinho foi nomeado para um cargo por José Braz e, agora, é este que é nomeado para um outro cargo por Manuel Pinho? É que os dois estiveram juntos no FMI durante a década de 80 e são amigos do peito.

Nestas coisas da política, há razões que a razão desconhece ... e que à população faz muita confusão.

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