domingo, março 11, 2007

Bem prega Frei Tomás ...


Quanto toda a gente, um pouco por todo o mundo, procura estar na onda do politicamente correcto, falando sobre o aquecimento global e dissertando em colóquios e seminários sobre a mais que provável subida das águas, o aumento do nível do CO2 na atmosfera, o desaparecimento das florestas e das espécies, a invasão frequente de tornados, furacões, terramotos e sunamis, enfim, tudo o que de pior se possa imaginar, eu, em princípio, acredito que essa gente está cheia de boas intenções. Acredito, embora com reservas, que eles apenas pretendem alertar governos e cidadãos para as ameaças reais que pairam sobre o Universo e para a necessidade de começarmos a ter outro tipo de comportamentos que possam contribuir para a solução do problema.


Recentemente o antigo vice-presidente dos Estados Unidos da América, Al Gore, um homem com quem eu até simpatizo, esteve em Portugal (pela segunda vez num curto espaço de tempo) para dizer-nos o que, afinal, todos já conhecem. Que na última década todos os fenómenos que acima referenciámos aumentaram de intensidade, pelo que temos que cuidar muito melhor do nosso planeta.



O senhor Al Gore, considerado um “paladino das causas ambientais”, veio, afinal, alertar-nos para os perigos que corremos (que corre a Humanidade, claro está) se não arrepiarmos caminho.



Mas, para além de não nos trazer quaisquer novidades sobre o assunto, Al Gore não será, na minha opinião, a pessoa mais credível para vir falar nestas temas. É que, enquanto nos avisa que temos que travar o aquecimento global, nomeadamente, com a alteração dos nossos comportamentos no que respeita a minimizar os consumos de energia, que tanto poluem o ambiente, ele próprio, na sua mansão de 20 quartos no Tenessee, gasta 12 vezes mais energia do que a média das famílias do Estado em que reside. Um consumo que contraria claramente as teses de poupança que defende.

Como se costuma dizer “Bem prega Frei Tomás ...”


Al Gore, como tantos outros conferencistas que por aí andam a participar em colóquios e conferências, a maioria deles fazendo-se valer das posições importantes que tiveram no passado, descobriram o filão, e andam a ganhar grossas maquias pelas suas presenças e discursos. Cento e Setenta e Cinco mil euros por conferência é quanto Al Gore cobra a quem o quer ouvir durante hora e meia e a quem está disposto a pagar 1200 euros por entrada.



E enquanto vai saltitando por esse mundo, em inúmera viagens aéreas que vão conspurcando altamente (com duplo sentido, neste caso) os ares, dando conferências atrás de conferências, a fim de transmitir as suas preocupações ambientais e aqueles conselhos, que ele próprio não segue, Al Gore, dizia, vai acumulando uns bons milhares de dólares, ou de euros, enquanto se prepara, quiçá, para ser laureado com o próximo Prémio Nobel da Paz.

2 comentários:

Anónimo disse...

Como disse alguém, não mate o mensageiro.
A mensagem é que é importante.

Anónimo disse...

Não me tinha apercebido disto... de facto é andar a gozar com o pessoal! Mas se a malta paga e não se queixa é porque pode! Alguém há-de andar a encher os bolsos à conta disto... e não me parece que seja só o Al Gore...