segunda-feira, junho 23, 2008

Quem sabe, sabe

Entre o “Quem Sabe, Sabe” de 1957 (concurso da RTP) e o de 2008 (passatempo da SIC, actualmente e a várias horas) existem duas coisas em comum e uma diferença.

Quanto às coisas em comum, quer no concurso quer no passatempo, a primeira é que o nome é exactamente igual e, a segunda, é que ambos visavam/visam testar o conhecimento dos telespectadores.

A diferença é que em 1957 o programa era um concurso, aliás o primeiro concurso da televisão em Portugal, exibido no único canal televisivo existente à época (RTP), apresentado por Artur Agostinho, enquanto que o programa de 2008 (da SIC) é, apenas, um conjunto de passatempos.

E, a grande questão (dialecticamente falando porque, com esta conversa, não vamos resolver os graves problemas do país) é reflectir sobre o que é, afinal, um concurso ou a que se destina um passatempo. Provavelmente chegaremos à conclusão que entre estes dois tipos de programas existe uma diferença abissal, pese embora a maioria dos concursos não sejam mais que uns meros passatempos.

Contudo, um nome como este - Quem sabe, sabe – parece indiciar não uma simples avaliação de conhecimentos mas uma erudição e uma sabedoria mais profunda e mais alicerçada em cultura geral. E, este, era o âmbito do concurso que foi estreado em 5 de Abril de 1957.

O “Quem sabe, sabe” da SIC apenas quer sondar os seus espectadores com perguntas banais sobre as novelas que o canal de Carnaxide apresenta, como saber qual a profissão de uma personagem, qual o grau de parentesco entre as diversas figuras das histórias ou quais os pormenores do enredo das diferentes telenovelas, a troco de 500 euros para as respostas certas, e mais rápidas.

No concurso referido pretendia-se premiar quem mais soubesse. No programa de passatempos, basta ser fiel à estação e conhecer meia dúzia de trivialidades.

E a pergunta que sempre faço quando o azar me leva até este passatempo, é a seguinte: por que carga de água é que o programa da SIC se intitula, pomposamente, “Quem sabe, sabe”? Não bastaria chamar-lhe apenas, e só, “Tele-Concurso” ou qualquer outra coisa do género?

1 comentário:

Anónimo disse...

Recomendação :
- Não percam vosso tempo precioso a ver passatempos ou telenovelas !

( Até os enlatados cos canais História ou outros são mais úteis!)