sexta-feira, setembro 05, 2008

Violência

Aceito como bom o princípio que numa sociedade aberta e democrática, deveria ser obrigatório a abertura de um inquérito sempre que as forças policiais e de segurança matem. Isto por que não posso sequer imaginar que as corporações que têm por missão proteger o cidadão, se disfarcem de cowboys da pradaria e comecem a disparar ao mais leve agitar de vento ou, pior ainda, possam utilizar indiscriminadamente as suas armas a coberto da autoridade que a lei lhes confere.

Mas convenhamos, o Estado não pode deixar de actuar de forma enérgica para garantir a segurança dos cidadãos.

Portugal está a braços com uma onda de criminalidade e violência que varre todo o território. Para além dos “carjacking”, são trocas de tiros entre bandos rivais, são assaltos a ourivesarias, a caixas multibanco, a farmácias, a pastelarias, a postos de gasolina, a bancos e chegou-se já ao ponto de assaltar uma carrinha de transporte de valores em plena auto-estrada e com métodos inovadores entre nós.

Os bandos criminosos estão a mostrar audácia, eficiência, profissionalização e, na maioria dos casos, um alto grau de violência.

E a questão é esta, perante este novo quadro, como devem agir as forças de segurança? Com luvas de pelica na esperança de conseguir a detenção dos malfeitores por métodos pacíficos? Seria óptimo que isso acontecesse mas, infelizmente, as coisas não funcionam desse modo.

Para suster toda esta vaga de crimes é necessário que haja acções diversificadas de prevenção e que as nossas forças policiais e de segurança efectuem no terreno intervenções intimidatórias e musculadas.

Deixemo-nos de hipocrisias. Se é verdade que a população não se sente mais segura só porque uns atiradores especiais conseguiram abater um assaltante de um banco, se é verdade, também, que o país não se sentiria mais tranquilo se a pena de morte voltasse a ser introduzida em Portugal, resta-me pelo menos a convicção de que se as polícias agissem com determinação e com responsabilidade, os portugueses dormiriam muito mais descansados.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os portugueses são os reais culpados da situação em que o país se encontra porque não é capaz de "dar um pontapé no rabo dos políticos que temos". Eu não me revejo em nenhum dos partidos do panorama político português, da extrema direita à extrema esquerda: os primeiros, apesar de falarem agora na questão da criminalidade, tiveram uma política igual à que o actual Governo seguiu até agora e para desviar as atenção fala muito na violência doméstica (que mudou muito após o 25 de Abril); os outros, os de esquerda, têm o complexo do excesso de segurança e preferem a anarquia actual a medidas mais duras para protecção dos portugueses. Devem ter ficado traumatizados pelo anterior regime.

Uma coisa é certa mais polícia não resolve nada se não tiver autoridade para actuar eficazmente e isso representa ferir e matar alguém se for preciso. Também nos devemos lembrar que os polícias são homens e como tal podem falhar e matar alguém que pretendiam apenas imobilizar ou a atingir alguém inocente. A polícia do Rio de Janeiro tem tido sucesso nas suas investidas nas Favelas mas tem morrido gente, criminosos, polícias e outras pessoas apanhadas em fogo cruzado. É assim que a pouco e pouco a polícia vai recuperando zonas em que já não se aventurava.

Zé da Burra o Alentejano