quarta-feira, dezembro 03, 2008

Um caso de amor

Comovo-me sempre ao ouvir falar de amores duradouros e em fidelidades eternas. Mas as coisas nem sempre acontecem assim e casamentos que deveriam prolongar-se até que a morte separasse o casal, desmoronam-se, quantas vezes, como um castelo de cartas.

Foi o que aconteceu a Oliveira Costa, ex-banqueiro, ex-presidente do BPN e ex-marido da senhora com quem estava casado há 42 anos.

E o motivo foi:

- Outra mulher?
- Outro homem?
- Problemas inconciliáveis?

Nada disso, a separação deu-se, apenas, por amor.

Reparem que eu escrevi separação e não divórcio, porque é disso que se trata.

Oliveira e Costa não está divorciado mas separado de pessoas e bens, uma modalidade mais rápida - e mais conveniente neste caso - do que o divórcio, em que o casamento pode continuar por tempo indefinido, mas a partilha dos bens é feita de imediato.

Na prática o casal continua casado e junto, apenas decidiram fazer a partilha dos bens. Ela ficou com os dois apartamentos em Lisboa, os dois imóveis no Algarve e as duas quintas (uma no Cartaxo e outra em Aveiro) e ele ficou só com as acções do BPN e da SLN que, hoje, já quase nada valem.

Bem pode, agora, o Ministério Público - por causa das trafulhices que foram feitas no BPN - querer impugnar a separação de bens. Ainda que o venha a conseguir, uma coisa é certa. Para mim, que me comovo facilmente, este é um verdadeiro caso de amor. Oliveira e Costa despojou-se da quase totalidade dos seus bens para entregá-los à sua companheira de 42 anos de casamento. Querem maior prova de amor do que isto?

1 comentário:

Anónimo disse...

Acredita que também estou comovido. Tenho até uma lágrima ao canto do olho...

E, como dizia o outro, “Alguns matrimónios terminam bem, outros duram toda a vida”.