quarta-feira, junho 03, 2009

Num Dia de Verão

Diz a Wikipédia que “Alberto Caeiro é considerado o mestre dos heterónimos de Fernando Pessoa. Foi um poeta ligado à natureza ...".

Segundo alguns “pessoanos”, “Alberto Caeiro apresenta-se como um simples “guardador de rebanhos” que só se importa ver de forma objectiva e natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. Daí o seu desejo de integração e de comunhão com a natureza”.

Então, de Alberto Caeiro,

“Num Dia de Verão”

Como quem num dia de Verão abre a porta de casa

E espreita para o calor dos campos com a cara toda,

Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa

Na cara dos meus sentidos,

E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber

Não sei bem como nem o quê...

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Mas quem me mandou a mim querer perceber?

Quem me disse que havia que perceber?

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Quando o Verão me passa pela cara

A mão leve e quente da sua brisa,

Só tenho que sentir agrado porque é brisa

Ou que sentir desagrado porque é quente,

E de qualquer maneira que eu o sinta,

Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...

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