Há muito que pais e educadores dão um duro danado para meter nas lindas cabecinhas dos nossos educandos que as comemorações de certas datas correspondem a determinados feitos, explicando-lhes o que aconteceu de relevante nesses dias, se possível de uma forma interessante. Tentamos, enfim, enriquecê-los culturalmente.
“Sabes o que foi o 25 de Abril?”
“O que se passou no 5 de Outubro?”
É, afinal, uma obrigação de quem tem a responsabilidade de formar crianças e jovens.
Mas, como se costuma dizer, o óptimo é inimigo do bom. Nada de excessos. O processamento maciço de informação pode produzir um efeito contrário. E hoje, com tantas coisas que nos distraem à nossa volta, é muito mais inteligente fornecermos conhecimentos em doses certas, de forma consistente e procurando não sermos chatos.
Por isso, fico preocupado com o que vou começar a contar sobre o 1 de Dezembro a partir de agora. Até aqui era o dia da Restauração. O momento em que os portugueses, em 1640, decidiram acabar com a dinastia dos Filipes de Espanha para voltarmos a ser independentes e donos do nosso próprio destino.
E daqui para a frente o que é que eu vou dizer? É que para além do dia da Restauração, a partir de agora - 1 de Dezembro de 2009 - começa-se a celebrar o dia do “Tratado de Lisboa”. Tratado europeu esse que, segundo disse há dias António Vitorino, de tão complicado que é ninguém lhe vai mexer nos próximos 10 anos. Pelo menos.
Vamos então ensinar às nossas crianças e adolescentes que no 1º. de Dezembro se comemora a Restauração e o Tratado de Lisboa.
Lá está, com tanta informação junta, temo sinceramente que os nossos jovens venham a reter que o 1º de Dezembro é apenas um dia feriado ou, quando muito, que é o dia do “Porreiro, pá”.
1 comentário:
E será que foi mesmo bom haver um 1ª Dezembro?
Pergunta estúpida? Certamente que, não saberemos!
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