quinta-feira, janeiro 14, 2010

Desencontros de palavras


Chiste é uma daquelas palavras de que eu gosto e que, certamente, será incluída no rol de uma secção de palavras especiais, caso um dia me proponha a fazê-la.


E lembrei da palavra porque me recordo quando, noutros tempos, se oferecia, por exemplo, um sabonete, ainda que muito perfumado e bem engalanado de laçarotes, a pessoa que recebia o presente dizia, como chiste, como pilhéria (outra palavra que poderá fazer parte da tal lista): “Sabonete, hum … estás a insinuar que não costumo lavar-me?”


Era uma graça que fez escola e que se tornou habitual em certa época mas que não significava nada mais do que isso – uma graça. Porém, os “desencontros” de palavras sempre foram muito comuns e não perderam a actualidade. Se bem me lembro, já aqui escrevi sobre os tão banais desencontros de palavras, bem demonstradas pelo cumprimento “Viva, como está?” em que a resposta é, quase sempre, “Então, viva como está?”.


Hoje, ouvi outra situação que me pareceu bem demonstrativa desse desencontro ou da simples distracção das pessoas. Ia a passar quando ouvi duas senhoras, já em fim de conversa, a despedirem-se: dizia uma “Dona Ermelinda tenha um muito bom ano” ao que a outra respondeu “Muito obrigada, um bom fim-de-semana também para a Senhora”.

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