segunda-feira, julho 12, 2010

Intemporal … que baste


Lá porque estive ausente uns dias não é motivo para julgarem que o “Por Linhas Tortas” vai fechar e eu vou, enfim, retirar-me. Nada disso, não comecem já a esfregar as mãos de contentes por que, dessa, estão vocês livres.


Para além de um problema (que persiste) com o meu computador esta curta ausência deveu-se a um estado mais ou menos depressivo que sofri quando li que a maioria dos jovens portugueses considera que a velhice começa aos 51 anos. Tanto mais que tenho consciência que essa mesma rapaziada dá pouca atenção e valoriza ainda menos a experiência e o conhecimento dos “velhos”.


De facto, passou-me pela cabeça emigrar para um qualquer país oriental onde o respeito pelos velhos faz parte da sua cultura ou até mesmo para a Europa onde a juventude da generalidade dos países considera que o começo da velhice se dá aos 72 anos. Ao contrário do que normalmente acontece, em que as coisas chegam a Portugal com muitos anos de atraso, quanto à idade da velhice, ela instala-se precocemente por cá e só vinte anos depois atravessa as nossas fronteiras rumo à Europa.


Claro que a culpa desta situação não cabe inteiramente aos jovens. Provavelmente os maiores culpados serão os média, os muitos políticos inexperientes e todos aqueles que cultivam e divulgam que a suprema essência do ser está no culto da juventude, do belo e do magro. Logo, aos 51 anos, o prazo de validade termina.


E depois há ainda a constatação directa, em que os jovens observam no dia-a-dia a forma como a sociedade “esquece” os seus velhos. Que melhor exemplo poderiam ter?


Bem, eu nem sei o que é que me deu para estar a falar deste assunto. Afinal, como sabem os que me conhecem, eu não corro o risco de atingir tão provecta idade. Sendo intemporal, não tenho idade. Apenas vou acumulando experiências.

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