quarta-feira, setembro 15, 2010

A “Carta do Cliente”


Há umas semanas o Diário de Notícias dava conta que as transportadoras (penso que as da área da Grande Lisboa) resolveram publicar um manual de bom comportamento nos transportes públicos, a que deram o nome de “Carta do Cliente”. Basicamente é um conjunto de regras fáceis de apreender e que, em princípio, já deveriam fazer parte das normas de conduta que todos deveríamos ter.


Coisas tão simples como não falar ao telemóvel aos gritos, dar o lugar aos mais idosos, esperar que as pessoas saiam dos transportes para só depois entrar, evitar os volumes demasiado elevados em aparelhos de som e telemóveis ou não pôr os pés em cima dos assentos, por exemplo.


Mas este manual não foi bem aceite por muita gente. Uns indignaram-se porque entendiam que estavam a querer ensinar regras de boa educação a pessoas crescidas (que se sentiram ofendidas por isso) e outros questionavam se essa publicação ia, de facto, alterar alguma coisa.


Na verdade, não creio que as normas agora publicitadas venham alterar substancialmente o vandalismo e a má educação com que nos confrontamos no dia-a-dia. Mas também não me incomoda nada esta tentativa de tornar os cidadãos mais responsáveis e com comportamentos mais cívicos. No limite, e se a irresponsabilidade persistir, esta medida pode levar a que os outros assumam claramente o repúdio por determinados comportamentos. É que a falta de civismo, patenteada pela ausência das mais elementares regras de vivência em sociedade, afecta-nos a todos.


Esta “Carta do Cliente” é, pois, bem-vinda.

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