segunda-feira, setembro 13, 2010

A humildade de um Mestre

Toda a gente sabe que Manuel de Oliveira apresenta sempre novos filmes no Festival de Veneza e, a maior parte das vezes, a concurso. Não é pois de estranhar que este ano lá tenha estado de novamente.


O que é novo, isso sim, é que este ano, o filme que realizou, uma curta-metragem de cerca de 18 minutos – Painéis de S. Vicente de Fora – tenha sido incluída, por decisão do júri do concurso, na secção “Horizonte”, onde, supostamente, são agrupados os realizadores que reflectem as novas tendências do cinema mundial.


Mas novas tendências num realizador que está prestes a comemorar os 102 anos de idade, tem 7 décadas de profissão e é o mais antigo realizador de cinema em actividade em todo o mundo? Pois é, para que vejam …


Porém, aquilo que mais me impressionou foi a humildade da resposta quando lhe perguntaram se ele não achava curioso que o tivessem incluído naquela secção, logo ele um realizador com tantas provas dadas e com uma idade veneranda:


“Para mim não é curioso, eu estou sempre a começar …”





2 comentários:

afilhada (mas não barriguda) disse...

Vi uma entrevista dele e surpreendeu-me, além da humildade que referes, a lucidez do discurso. Afinal, são 102 anos...!
Isso leva-me à nossa conversa do fim de semana: a trabalhar é que nós estamos bem...vai trabalhar, malandra, e deixa-te de posts!

demascarenhas disse...

Querida Afilhada

Estás a ver como tínhamos razão? O trabalho é essencial, mesmo depois de terminada a denominada “vida activa”. Por isso é que te dizia que o melhor que a reforma tem não é o deixar de trabalhar mas o não ter que cumprir horários diários. Mas a reforma não significa que a nossa vida tenha acabado. Bem pelo contrário, quer antes dizer que é tempo de se iniciarem novos ciclos.

E, já agora, minha linda, não sei se reparaste que este comentário está a ser escrito fora das horas de serviço. Deu para entender?
Beijinhos