segunda-feira, novembro 22, 2010

NATO ou OTAN? Decidam-se …

A semana que agora terminou correu bem a Portugal. Depois da cabazada que demos aos espanhóis no encontro das selecções de futebol tivemos a cimeira da NATO que juntou em Lisboa grandes líderes mundiais e que, ao que dizem, foi histórica porque … porque … ora, leiam os jornais e saibam porquê.

Quanto ao futebol estamos falados (e orgulhosos) por sabermos que, pelo menos nos jogos a feijões, aqueles que não contam para os títulos, somos fantásticos.

No que diz respeito à cimeira, gostava de destacar dois aspectos. O primeiro é que apesar de sermos mestres do desenrasca, especialistas em resolver as coisas à última hora, demonstrámos mais uma vez que somos mesmo bons quando nos pomos a organizar qualquer evento. Tudo correu bem e nada falhou. A outra é que embora se temesse violentas situações de conflito, como aconteceu noutras partes do mundo onde se realizaram outras cimeiras, demonstrámos que somos um povo pacífico e que nem mesmo a presença de activistas porventura mais nervosos foi suficientemente mobilizadora para gerar um chinfrim de montras partidas, carros incendiados e lojas vandalizadas. Tudo foi pacífico, mesmo a manifestação Anti-Nato que não teve distúrbios dignos desse nome.

Ainda sobre manifestações, gostaria de dizer que seria desejável que as pessoas só desfilassem quando soubessem minimamente o que estão a protestar e quais os destinatários que pretendem atingir. É que ouvi em várias reportagens televisivas manifestantes dizerem que estavam ali para protestar contra a NATO. Mas quando lhes perguntavam (com ironia mal disfarçada), então e relativamente à OTAN? Respondiam com um vago sentimento revolucionário “Ah, e contra a OTAN também. Abaixo o capitalismo, a NATO e a OTAN”.

É uma pena que nem todos saibam que a Organização do Tratado do Atlântico Norte, também chamada Aliança Atlântica, é uma organização internacional de colaboração militar que responde pelos nomes de

em inglês, NATO – North Atlantic Treaty Organization, e

em francês, OTAN – Organisation du Traité de L’Atlantique Nord

É o mínimo que se exige a quem se manifesta. E como temos uma greve geral à porta, espero bem que todos saibam os motivos da sua indignação. É que as manifestações não são propriamente centros de dia nem passeatas de socialização entre quem se sente só. Há muito mais em jogo para além disso.


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