quarta-feira, janeiro 19, 2011

Se calhar a água da torneira não é suficientemente boa para os deputados …

Quando se pedem tantos sacrifícios aos cidadãos e se fala insistentemente na redução da despesa do Estado, pareceu-me fazer todo o sentido a iniciativa de uns quantos deputados de um grupo parlamentar para que na Assembleia da República passasse a ser servida água da torneira (em jarro) em vez de água mineral. Tanto mais que a qualidade da água da Companhia é reconhecidamente de boa qualidade. Gostei da iniciativa e pensei (ingenuamente) que os nossos representantes no Parlamento estavam a dar um sinal claro de que certos privilégios sem sentido estavam a desaparecer. Afinal, quando nós queremos beber água engarrafada pagamos.

Mas não, por proposta da Secretária-Geral da AR (aceite pelo respectivo Conselho de Administração), invocando argumentos que poucos perceberão, foi determinado que a água que será servida aos senhores deputados continuará a ser mineral. E a mais importante das razões aduzidas (e aquela que eu não entendo mesmo) é que se a troca proposta fosse avante, a poupança gerada seria, em 2011, apenas de 7 500 euros. Pouca coisa para tão grande “sacrifício”.

Espero, contudo, que outros departamentos do Estado não tenham o mesmo tipo de raciocínio. É que, como diz o adágio, “grão a grão enche a galinha o papo” e é (também) de pequenas poupanças, feitas aqui e ali, que se conseguem equilibrar os orçamentos.

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