segunda-feira, maio 02, 2011

Em defesa da gramática

Admiro há muito a obra do escritor peruano Mário Vargas LLosa e sigo naturalmente com interesse a sua actividade política. Os livros do Prémio Nobel da Literatura de 2010, reflectem bem a sua luta pela liberdade individual perante a realidade opressiva que teima em existir no seu país.

Mas Vargas Llosa para além dos aspectos políticos e sociais transmitidos nos seus livros tem a preocupação de escrever bem, respeitando as regras que uma boa literatura exige.

Daí que face aos atropelos constantes e despudorados com que hoje se encara a arte de escrever, Mário Vargas Llosa veio a terreiro dizer o seguinte:

“os jovens que abreviam palavras nas redes sociais e nos SMS pensam como macacos, …. a net liquidou a gramática, gerando uma espécie de barbárie sintáctica”. E justifica “se escreves assim, é porque falas assim, se falas assim é porque pensas assim e, se pensas assim, pensas como um macaco. Isso parece-me preocupante. Talvez as pessoas sejam mais felizes assim. Talvez os macacos sejam mais felizes do que os seres humanos. Não sei.”

Em defesa da gramática, acho que Llosa tem razão. Felizmente para ele, não tem o problema de um acordo ortográfico a pairar sobre a sua cabeça e, por isso, mais não disse. Sim, porque se o tivesse, tenho a certeza de que iria bastante mais longe nas suas críticas.


Sem comentários: