segunda-feira, setembro 05, 2011

A fúria de pagar



Acho que toda gente se admirou quando o terceiro homem mais rico do mundo, o americano Warren Buffet, declarou:
“… os nossos dirigentes pediram ‘sacrifícios partilhados’. Mas eu fui poupado a esse pedido. Falei com os meus amigos megarricos para saber quais as aflições de que estavam à espera. Também eles tinham escapado … no ano passado paguei cerca de 17,4% em impostos mas para quem trabalha nos meus escritórios a carga fiscal pagou uma média de 36% … os legisladores parecem sentir-se na obrigação de proteger os super-ricos … Os meus amigos e eu já fomos suficientemente mimados por um Congresso que favorece os multimilionários. Chegou a altura de o Governo levar a sério a partilha dos sacrifícios”.


Espantoso, não é? E, perante isto, a maioria dos portugueses ter-se-á questionado “mas o que é que se está a passar? Então os ricos dizem agora que querem pagar mais?”


Claro que no nosso país nenhum dos poderosos (com excepção de Joe Berardo e mais alguns … poucos) mostraram disponibilidade para pagar mais impostos para ajudar o país a recuperar da crise. Aliás, o homem mais rico de Portugal – Américo Amorim - chegou mesmo a afirmar "Não me considero rico, mas sim trabalhador". Um trabalhador rico, digo eu. E se Amorim não se considera rico, neste país de pobres, nada há para acrescentar. Sim, há. Há falta de decência.


1 comentário:

Fernando Gomes disse...

Olá meu caro amigo,


Se o homem mais rico de Portugal não se considera rico, o que diremos nós pacatos e humildes cidadãos. Faz todo o sentido que a taxa a aplicar seja proporcional à riqueza de cada um, só assim o sistema fiscal ficará mais transparente e justo. Infelizmente no nosso País, aquilo que temos vindo a observar ao longo de vários anos, é que são sempre os mesmos a pagar pela má gestão dos dinheiros públicos. Portugal está a caminhar a passos largos para uma sociedade idêntica á sociedade Brasileira, pois o fosso entre os ricos e os pobres está a aumentar de dia para dia, e a taxa de criminalidade tem vindo aumentar de forma exponencial. A protecção aos mais fortes e ricos continua em Portugal, cabendo ao resto da população pagar e acartar com todas as responsabilidades e buracos financeiros construídos. No fundo, os dirigentes deste País têm tido sorte ao longo destes anos, pois somos um Povo de brandos costumes, e exemplo disso foi a revolução de Abril que foi feita apenas com cravos. Pelo andar da carruagem, não sei até que ponto o povo aguentará mais pedidos de sacrifício, vendo os ricos ficarem mais ricos e os pobres ainda mais pobres. Enfim, é o País que temos…