terça-feira, fevereiro 07, 2012

A mão pesada da justiça



Ainda ontem aqui falei em fraudes sem castigo mas, para que não julguem que os nossos sistemas policial e de justiça andam adormecidos, reparem que nem sempre o crime compensa.

Pois é, um tribunal do Porto condenou um sem-abrigo a pagar 250 euros por - há dois anos - ter tentado roubar um polvo e um champô, produtos que não chegaram sequer a sair do supermercado onde se verificou a tentativa de furto. O homem foi apanhado pela segurança.
Ao que li, o acórdão refere explicitamente que produtos como polvos e champôs não são bens de primeira necessidade, pelo que, não houve outra alternativa que não fosse a condenação do sem-abrigo ao pagamento dos ditos 250 euros ou, em substituição, à pena de trabalho comunitário.

Longe de defender qualquer tipo de roubo, naturalmente, o que dá a sensação é que uma coisa é desbaratar o erário público, o dinheiro dos contribuintes e, para isso, sempre se arranja uma desculpa para não se aplicar uma sanção, outra, bem diferente, é roubar descaradamente um supermercado e levar produtos raros e caríssimos como um polvo ou um frasco de champô. E, para estes casos, a justiça tem – e bem – a mão pesada.

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