quinta-feira, julho 05, 2012

Esplendor no Relvas


Custa-me a perceber todo o alarido que se tem feito só porque o Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, fez em apenas um ano uma licenciatura que dura, normalmente, três anos. Segundo os registos, Relvas requereu a admissão à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisboa) em Setembro de 2006 e concluiu a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais em Outubro de 2007. Será caso para tanta agitação?

Diz-se que a celeridade do processo se deve ao facto da Lusófona ter analisado o “currículo profissional” do actual governante, bem como o facto de ele ter frequentado “os cursos de Direito (ainda que só tenha concluído uma cadeira e com 10 valores) e de História (onde não fez qualquer cadeira), o que permitiu que o curso fosse feito em menos tempo.

Ao fim e ao cabo, a Miguel Relvas aplicou-se o princípio básico das Novas Oportunidades (que Passos Coelho já se encarregou de suspender): Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (?).
O pior é que ao cidadão comum tudo isto faz muita confusão. E nem mesmo o Processo de Bolonha e os regulamentos internos de cada Universidade quanto ao reconhecimento das competências profissionais para a obtenção dos canudos, ajudam a esclarecer toda esta história. Portanto, e para ficarmos mais calmos, a melhor conclusão que podemos tirar deste imbróglio é que Miguel Relvas fez a licenciatura num ano por causa do seu “currículo profissional”.

Como disse, não percebo o porquê de tanta agitação. Por acaso esqueceram que depois do 25 de Abril de 1974 apareceram uma quantidade enorme de licenciados que tinham conseguido o diploma por mera passagem administrativa? E da licenciatura do ex-Primeiro-Ministro José Sócrates, que permanece envolta em dúvidas? O caso de Relvas é só mais um. Uma nova versão mas com os esquemas e trapalhices de sempre.

E esta, bem poderia chamar-se “Esplendor no Relvas”, como já vi escrito por aí, parodiando o título do filme de culto “Esplendor na Relva”, de Elia Kazan, de 1961.

1 comentário:

olavretni disse...

Professores de três das quatro cadeiras de Relvas nunca o viram (Visão on-line de 07.07.12)

Mistério ….