terça-feira, outubro 16, 2012

Na manifestação do dia 15 de Setembro faltava lá um cartaz!


Fez ontem um mês que eu participei na manifestação do 15 de Setembro, em Lisboa. Éramos muitos milhares a desfilar pelas ruas, a entoar palavras de ordem e cânticos contra o Governo, contra alguns (quase todos os) Ministros, contra a troika, contra o desemprego, contra, afinal, o assalto aos nossos bolsos e à degradação das condições de vida e à falta de perspectivas.

Eram muitos os braços no ar, como muita era convicção de que "o povo unido jamais será vencido", como muitos eram os cartazes e faixas que exprimiam o sentir (desesperado) de quem se sente no limite.

E, como digo, cartazes eram muitos. A troika, evidentemente, era um dos temas mais em destaque. Porém, não vi um só cartaz contra os carteiristas que assaltaram um dos elementos da troika a residir em Lisboa desde Outubro do ano passado.

E não posso deixar de referir o assunto porque não me parece justo andarmos sempre a dizer que a troika anda a meter a mão nos bolsos dos portugueses (e anda) e quando o representante do FMI,
o austríaco Albert Jaeger, que andava a passear pela capital, ficou sem a carteira no eléctrico 28, vá de batermos palmas de contentes e acharmos que foi bem feito. Quase como que a dizer "até que enfim, um português foi ao bolso da troika" ou "o eléctrico da carreira 28 entrou no mundo da alta finança mundial".

É que não pode haver dois pesos e duas medidas ...
 
 

2 comentários:

Fernando Gomes disse...

Olá meu bom e velho Amigo,

O caso aqui relato é caricato e carece de uma explicação. Acredito que nada acontece por acaso, pois existe uma explicação para tudo, que por vezes não está ao alcance das nossas capacidades cognitivas. O que sucedeu ao Austríaco Albert Jaeger, representante do FMI, é exactamente aquilo que estamos a viver no nosso dia-a-dia, pois constantemente estão a ir à nossa carteira, e nem precisa ser nos transportes públicos, pois mesmo em casa, descansadamente sentado ou deitado no sofá, alguém está a meter a mão na nossa carteira. Para se tomar certas e determinadas medidas, seria proveitoso ter passado por certas e determinadas situações, pois só assim poderemos medir e avaliar o impacto das nossas decisões. Talvez agora, o Senhor Albert Jaeger saiba o que significa “ser roubado”, sinta o que é “irem à sua carteira”. Acredito no provérbio que diz “Há males que vêm por bem…LOL

demascarenhas disse...



Fernando

Essa de estar "descansadamente sentado ou deitado no sofá da casa", só se for o meu Amigo. Eu já nem na minha casa consigo estar descansado. Sempre que ouço as notícias a minha angústia aumenta...

Grande Abraço