sexta-feira, dezembro 21, 2012

Boas Festas





                                                           Nesta época de festas,

                                                 Desejo-vos SAÚDE, PAZ e AMOR

                                                ... e que 2013 vos traga tudo de bom


                                                                 BOAS FESTAS!

                                                               BOM ANO NOVO!


 

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Baralhar para tornar a dar ...


Sempre admirei os "crânios" que, em conjunto com as suas equipas de assessores iluminados, "inventam" a roda quando ela, de facto, foi inventada há muito. No remanso dos seus gabinetes, gritam "eureka" sempre que surgem as "novas" ideias. Em muitos casos nada é mudado, quando muito registam-se ligeiras alterações sem qualquer inovação ou consequência. Como agora se diz, há um "rebranding" (que é uma palavra que eu não suporto) e tudo fica na mesma.

Quando se inventou o "made in Portugal" (que faz sentido, principalmente para os mercados externos) e o "compro o que é nosso" (virado para os portugueses) achei que as duas expressões faziam todo o sentido. Era (e é) uma indicação positiva para promover a marca Portugal.

Agora, quando os tais génios se lembraram da inovadora "Portugal sou eu" para substituir o "compro o que é nosso" fiquei abazurdido. Mas o que é que há de novo, como é que os consumidores vão ficar mais sensibilizados para a compra dos nossos produtos se apenas se reformulou uma frase e o conceito permanece inalterado?

Para mim, o "compro o que é nosso", lançado em 2006 pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) continua a ser mais sugestivo. O resto é Baralhar para tornar a dar ...
 
 
 

quarta-feira, dezembro 19, 2012

Pais Natal ou pais natais?


Alguns Amigos que leram a crónica que ontem publiquei e em que escrevia sobre os "pais natais", logo me "sussurraram" (gentilmente, como é hábito) que, provavelmente, em vez de "pais natais" a designação correcta seria "Pais Natal".

Apanhado em falta corri de pronto para o Google, meu amigo de todas as dúvidas, pesquisei e encontrei no "Clube de Jornalistas" esta explicação esclarecedora:

"Natal pode ser nome ou adjectivo. É nome quando se refere ao dia ou à época em que nasceu determinado ser humano: festejo sempre o natal da minha querida mãe, passo o Natal em família. Escreve-se com letra maiúscula quando se refere ao nascimento de Jesus. É adjectivo quando usado para caracterizar um nome: país natal, terra natal. Em ambos os casos, varia em número.

Pai Natal entrou recentemente na nossa língua a partir do francês Père Nöel e designa o original, o S. Nicolau da lenda. Neste caso, grafa-se com maiúscula. Há muita imitações: pessoas que se vestem como o Pai Natal, são os pais natais. Nesta expressão, natal é adjectivo e deve concordar em número com o nome – pais. Escreve-se com minúscula.

O correcto, portanto, é dizer: pais natais".

Pronto, a estar certa a convicção do Clube de Jornalistas, o assunto fica esclarecido. Bom Natal!

terça-feira, dezembro 18, 2012

Dia triste de Inverno


Está um dia triste de Inverno. Chove e faz um vento dos diabos. Pequenas enxurradas arrastam as folhas caídas das árvores. Desagradável é o mínimo que posso dizer do estado do tempo. Daqueles dias em que uma braseira e um copo de whisky nos fazem falta para dar algum calor e companhia.

Pelos vidros das janelas cobertos de grossas gotas de água, mal consigo ver o outro lado da rua. Ainda assim, o meu olhar fixa-se com insistência num Pai Natal pendurado na varanda em frente da minha casa. O desgraçado agarra-se desesperadamente à corda que o amarra aos ferros e tenta não sucumbir ao vendaval que tudo parece arrastar. Só a borla branca do barrete vermelho ondula sem descanso.

Triste sorte a destes pais natais dos tempos modernos em que se vêm assim expostos e agarrados a janelas ou varandas ou a subir (sem nunca subirem) por escadas de corda que os vão levar a sítio algum. Longe vai o tempo em que desciam pelas chaminés para deixarem os presentinhos que, tantos, tinham desejado.

Desgraçado tempo, pobres pais natais!
 
 

segunda-feira, dezembro 17, 2012

O regresso do Álvaro


Ainda há dias escrevi aqui sobre o ressuscitar de Miguel Relvas e, hoje, cá estou eu danadinho para falar no Ministro Álvaro Santos Pereira, o nosso Álvaro dos pasteis de nata, que tutela a pasta da Economia.

É que, há uns meses, o Álvaro, tal como o Relvas, esteve à beira de ficar desempregado. Coitado, percebíamos claramente como andava cabisbaixo, sempre à espera de uma remodelação ministerial que o atirasse para o fundo de desemprego. Pois bem, passado esse período mais cinzento da sua vida de governante, aí está ele, pujante e confiante como nunca, atrevido, preparadíssimo para cantar os amanhãs que hão-de chegar e fazendo parte de um escasso conjunto de Ministros de Economia da União Europeia (Espanha, Itália, França, Alemanha e ... Portugal, pois claro), já conhecido como os “amigos da industrialização".

O pior é que, levado pelo entusiasmo, o nosso Álvaro criticou as regras ambientais "fundamentalistas" que prejudicam o sector económico (nomeadamente a indústria), afirmando "que não podemos voltar ao século XIX". Ao que a Ministra do Ambiente ripostou: "Nesta matéria, como é evidente, há muitas práticas pelo mundo fora ... a solução, a meu ver, é continuar a puxar pela carroça, continuar a pôr na agenda um desenvolvimento sustentável (...) com a ambição de fazer um desenvolvimento económico de século XXI, diferente do que foi feito no século XIX ...".

Bela a troca de farpas - perdão, de galhardetes - entre os dois Ministros mas que deixou no ar duas questões:

- Será que Assunção Cristas acredita, como disse: "Reindustrializarmos, seguramente ... mas não é baixando a nossa ambição mas sim trazendo os outros para esta ambição ..."? A sério? Será que a China e a Índia, por exemplo, estarão disponíveis para - mesmo com prejuízo dos seus interesses industriais - aderirem às preocupações ambientalistas do Ocidente?

- Não deveria o Governo ter um porta-voz, sei lá, um Primeiro-Ministro que fosse, que comunicasse qual é, de facto, a posição oficial sobre esta matéria?

Enfim, enquanto espero pelas respostas, apraz-me registar o "regresso" de Álvaro Santos Pereira. Vemo-lo entusiasmado como já não estava há muito, pese embora Passos Coelho esteja a dificultar-lhe a vida ao contrariar a ideia do Ministro de reduzir o IRC de 25% para 10% para os novos investimentos, a fim de relançar a economia. Aliás, parece-me, que a relação entre os dois já teve melhores dias. Justamente numa altura em que, finalmente, o Ministro da Economia começou a conhecer o país real.

Força Álvaro!

 

sexta-feira, dezembro 14, 2012

Exige-se um pouco mais de decência


Apesar da crise de que todos falam (e a maioria dos cidadãos sente nas suas vidas), neste último ano a abertura de lojas de luxo na Avenida da Liberdade, em Lisboa, não cessou. Gucci, Stivali, Boutique dos Relógios Plus e Officine Panerai, são apenas algumas das marcas que abriram nos últimos meses e, em breve, lá estarão também a Cartier, Miu Miu, Guess e Max Mara. Bom sinal para essas marcas e para a economia portuguesa.

Não estando presente na principal avenida da cidade (mas não anda por longe, está no C.C. Amoreiras), a Kookai foi muito falada esta semana, não pelo que vende, mas pelas piores razões.

E porquê? Na sua loja da zona comercial Fokas, em Atenas, muito próximo do lugar onde os pedintes estendem a mão à caridade e onde à noite os sem-abrigo encontram o "conforto" de nichos protegidos do vento, os crânios criativos da marca lembraram-se de colocar na montra um cartaz publicitário que diz:

"Esfomeados Mas Chiques"

É uma provocação injustificável. Um insulto que parece admitir que "os sem-abrigo ficam ali mais à frente e os sem-vergonha estão um pouco antes".

Como já tenho escrito (e eu sei que muitos não estão de acordo), em publicidade nem tudo é permitido. E, neste caso, deveria ter havido um pouco mais de decoro.


 

quinta-feira, dezembro 13, 2012

O ressuscitar de Miguel Relvas


Depois de uns tempos "desaparecido em combate", por motivos que bem conhecemos, o Ministro Miguel Relvas voltou à ribalta e não pára de prestar declarações à comunicação social, embora, na verdade, nada diga e remeta as respostas para outras entidades ou se enrede em enigmáticas desculpas de adolescente espertalhão. O caso do afastamento de Nuno Santos da RTP foi paradigmático. Nota-se que em toda aquela embrulhada houve mãozinha de Relvas e muita gente está convencida que o que ali se passou foi, de facto, um saneamento político. Vamos aguardar os próximos capítulos.

Mas Relvas, irrequieto e sedento de ribalta, veio esta semana manifestar publicamente o seu apoio a Fernando Seara à candidatura da Câmara de Lisboa. Apoio dado à revelia dos órgãos do partido que não oficializaram qualquer decisão, que deixou estupefacta a distrital do PSD que disse que o Ministro se meteu onde não devia e que não se sabe se foi ajudar o próprio Seara, que ainda não anunciou tal propósito. Uma forma de, segundo o actual Presidente António Costa, Miguel Relvas querer controlar Lisboa por interposta pessoa.

Tenho boa impressão de Fernando Seara (para além de ser benfiquista), mas este apoio vindo de uma pessoa com a credibilidade de Relvas não parece favorecer o actual autarca de Sintra. Pode ser mesmo, como afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, um "beijo da morte" e, como tal, voltar-se contra o próprio Seara, caso venha a concorrer à capital.

Pena é que entre entusiasmos e silêncios ninguém se indigne sobre o montante que as próximas eleições autárquicas vai custar ao bolso dos contribuintes . Já depois dos cortes efectuados ainda vão ser gastos 48,5 milhões de euros. Mas, como dizia alguém, não há democracia sem custos!

 

quarta-feira, dezembro 12, 2012

Já não sei em que acreditar …


Depois de tantos anos a tentarem convencer-me que fazia melhor à saúde comer carne de aves e, especialmente, de frango do que uma boa carne de porco à portuguesa ou uma vitela barrosã e, ainda por cima, a um preço muito mais acessível, a minha cabecinha foi-se habituando à ideia e – sem radicalismos – aderi a um maior consumo de frango.

Eis senão quando, leio uma notícia que dá conta que perante a quebra na produção de cereais nos Estados-Unidos, os preços do trigo, milho e soja (que são a base da alimentação humana e animal) dispararam para mais 30% nas últimas semanas. Daí ao aumento dos preços no consumo – 3 a 4% - da carne, dos ovos e lacticínios foi um pulo. E já há analistas que afirmam que este efeito inflacionista irá chegar à Europa. E até avançam que “em breve comer frango vai ser considerado um luxo”.

Em que acreditar? Pelo sim pelo não, já tratei de arranjar um cofre (com congelador) num Banco para guardar tais tesouros de penas. Nunca se sabe …


 

terça-feira, dezembro 11, 2012

Como é possível haver tanto desperdício alimentar em Portugal?


Terminou há poucos dias mais uma recolha do Banco Alimentar Contra a Fome e a generosidade dos portugueses foi, de novo, tocante. As muitas dificuldades porque passamos e a carência de um número cada vez maior de famílias sensibilizou milhares de pessoas que quiseram colaborar no apoio a quem mais necessita.

Porém, e isto é chocante, a par desta solidariedade fantástica, sabe-se agora que, por ano, um milhão de toneladas de alimentos vai para o lixo. Isto é, quase um quinto da nossa alimentação vai directamente para o lixo.

É uma chamada de atenção a toda a sociedade, da produção à cozinha de todos nós. E precisamente nas nossas casas é onde mais se desperdiça alimentos (fora de prazo, restos, comida estragada).

Muito embora bastante abaixo da média europeia (30%), o desperdício que se verifica em Portugal representa 17% do que se produz no país. Ainda assim demasiado face às carências da população. Um desaproveitamento injustificado. A não ser (e é a única desculpa que ainda pode ter algum perdão) que se verifique uma gestão desadequada (que terá que ser rectificada rapidamente) quer nos vários organismos da cadeia alimentar quer nos nossos próprios lares. Ou será que há outras?


 

segunda-feira, dezembro 10, 2012

Acordo Ortográfico. A esperança continua ...

 
Andamos tantos, há tanto tempo, a "lutar" contra o novo acordo ortográfico e contra todos aqueles que nunca viram qualquer inconveniente na alienação de um património tão importante como o da língua portuguesa. Acordo que, de resto, nunca deveria ter sido celebrado. E não se trata de uma questão de posse nem, tão-pouco, de conservadorismo. Apenas não conseguimos descortinar vantagens evidentes nestas alterações, nem, sobretudo, gostámos da forma como tudo aconteceu.

Porém, a resistência a escrever de uma maneira diferente, parece, finalmente, ter dado bons resultados e vislumbra-se já a possibilidade de que o "Acordo acordado" possa retroceder. O AO de 1990 foi ratificado por Portugal em 2008, mas nem todos os países da lusofonia o fizeram. Alguns porque não estão minimamente preocupados com isso e outros porque têm problemas em conseguir a sua implementação. O caso do Brasil, o que mais ganharia com o acordo, é sintomático ao reconhecer agora que "o acordo é uma manta de retalhos e que muitos professores não sabem como aplicá-lo porque está muito confuso". De tal forma, que o Governo brasileiro prepara um decreto presidencial para adiar a vigência obrigatória do Novo Acordo Ortográfico para Janeiro de 2016.

Como se costuma dizer "enquanto há vida há esperança" e como "enquanto o pau vai e vem folgam as costas" pode ser que se chegue à conclusão que "um fato e um facto" são coisas absolutamente diferentes.

Não é por cada país ter especificidades próprias na escrita que deixamos de nos entender, não é?
 
 
 

sexta-feira, dezembro 07, 2012

O Sapo



De António Fernando dos Santos - Tóssan - já aqui tinha publicado a "Ode ao futebol" em 14.11.2005.

Agora trago-vos um outro poema delicioso (e divertido).

 

De Tóssan, "O Sapo"
Um sapo de grande papo
Papou a papa do prato
Que era para o papo do gato.
E não só papou a papa
Como também papou o prato.
O prato quando chegou ao papo
Encontrou-se com a papa
Que já lá estava no papo.
E o sapo, da papa fez a digestão
Agora do prato é que não.

quinta-feira, dezembro 06, 2012

A aprovação de um certo Orçamento Geral do Estado


Num país longínquo de que não lembro o nome, governava uma maioria composta por dois partidos. Um maior e outro mais pequeno e ambos de direita e com uma visão neoliberal, cujas políticas afundavam ainda mais o país e punham os seus cidadãos à beira do colapso total. De princípio, e ainda durante um tempo, vociferavam contra os malandros do governo anterior, socialista e irresponsável, culpado da situação que estes partidos da maioria herdaram.

Aos poucos, a história da herança foi-se tornando cada vez menos aceitável e ninguém, nem os apoiantes dos dois partidos nem os da oposição, acreditava já nas políticas que iam sendo lançadas.

A crise financeira era uma evidência, inegável a económica, dramática a social e .... a política. Adivinhava-se a qualquer momento o estalar do acordo entre os dois partidos e a ruptura era uma questão de tempo.

A situação agudizou-se quando estava em preparação o Orçamento do Estado para o ano seguinte. Deputados de ambos os lados fizeram questão de manifestar publicamente as suas divergências. Ainda assim o Orçamento conseguiu ser aprovado com os votos (quase unânimes) da maioria. A contragosto, diga-se, porque um dos deputados do partido mais pequeno divergiu de todos os outros e houve um número (ainda grande) de deputados que disseram o sim mas fizeram-no sob "declaração de voto", que é assim como que um "não concordo mas tem que ser que a isso sou obrigado". Houve até um malandro de um partido da oposição que lhes lançou o remoque "então senhores deputados, depois de terem levantado o braço para aprovar a lei do Orçamento de Estado para 2013 não sentiram os braços pesados? As vossas consciências, não lhes pesaram? Enfim, feitios!

Mas tudo isto foi curioso. A rapaziada da coligação acabou por aprovar um documento fundamental para o país (mas com que muitos não concordam) e, logo de seguida, choveram críticas dos próprios deputados dessa maioria, com destaque para o porta-voz do partido mais pequeno que arrasou, sem contemplações, o Orçamento que tinha acabado de aprovar.

 

Continuo a não conseguir lembrar-me do nome do país onde isto se passou. Acho que começa por P mas não sei se é Paraguai, Panamá, Polónia ... enfim, há tantos que começam com P. O que sei é que se esta "coboiada" se tivesse passado em Portugal, cairia o Carmo e a Trindade. E com toda a razão.


 

quarta-feira, dezembro 05, 2012

Oh! este ano não vamos participar no Festival da Eurovisão



Longe vão os tempos em que o Festival da Eurovisão parava, literalmente, o país. Eram épocas em que não havia muito mais coisas que nos distraíssem e, para além do mais, havia um sonho (que nunca se concretizou) que pudéssemos vir a conquistar um primeiro lugar. Esperávamos ter alguma "importância" num contexto europeu, já que da epopeia dos descobrimentos poucos se lembravam e ninguém queria saber de um país que se auto-proclamava "orgulhosamente só".

O Festival da Canção português e o Festival da Eurovisão eram, pois, atracções únicas que ninguém perdia, mesmo que, neste último, a nível de classificações, o melhor que conseguimos alcançar foi um sexto lugar, por Lúcia Moniz, em 1996.

Mas este ano, Portugal não estará presente em Malmo, na Suécia, devido a razões financeiras (aqui parece que anda o dedinho de Vítor Gaspar).

A verdade é que o certame, embora seja sempre uma montra em que os países tentam exibir o que de melhor têm em termos musicais, já não consegue suscitar o interesse e o entusiasmo de outrora. E, realmente, estando o país com grandes dificuldades financeiras, parece-me sensato desinvestir num festival que pouco nos dará. Existem muitos outros projectos ligados à cultura que anseiam desesperadamente por apoios oficiais para se concretizarem. A não ser que o "corte" seja apenas uma mera medida de diminuição de custos.

 

terça-feira, dezembro 04, 2012

À espera de uma atitude do Presidente da República



Os avisos vêm de todos os lados. Os mais conceituados economistas e comentadores da nossa praça afirmam que o Orçamento para 2013 não é exequível e - altamente preocupante - contem medidas que são certamente inconstitucionais.

Vejam, por exemplo, qual é a opinião de António Bagão Félix, economista e ex-Ministro das Finanças, sobre o aumento de impostos para os reformados:

"... a partir de 1350 euros mensais, os pensionistas vão passar a pagar mais impostos do que outro qualquer tipo de rendimento, incluindo o de um salário de igual montante! Um atropelo fiscal inconstitucional, pois que o imposto pessoal é progressivo em função dos rendimentos do agregado familiar (art.º 104.º da Constituição), mas não em função da situação activa ou inactiva do sujeito passivo e uma grosseira violação do princípio da igualdade (art.º 13.º da Constituição).

Por exemplo, um reformado com uma pensão mensal de 2200 euros pagará mais 1045 € de impostos do que se a trabalhar com igual salário (já agora, em termos comparativos com 2009, este pensionista viu aumentado em 90% o montante dos seus impostos e taxas!).

Tudo isto por causa de uma falaciosamente denominada "contribuição extraordinária de solidariedade" (CES), que começa em 3,5% e pode chegar aos 50%. Um tributo que incidirá exclusivamente sobre as pensões. Da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações. Públicas e privadas. Obrigatórias ou resultantes de poupanças voluntárias ..."

 

Esta norma do OE para 2013 - que nem sequer estava prevista no memorando da troika - é apenas uma das medidas que serão inconstitucionais e, neste caso, traduz uma clara obsessão pelos reformados.

E a pergunta que se coloca é: "Perante isto, qual vai ser a atitude do Presidente da República? Será que vai ficar indiferente a este "assalto fiscal"?


 

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Descansado mas cada vez mais preocupado


Confesso que fiquei um tanto ou quanto descansado quando a NASA informou que o "fim do mundo", marcado para o próximo dia 21 de Dezembro, já não ia acontecer. Apesar de já ter passado por outros momentos em que também havia uma data marcada para a implosão do mundo (que, depois, não aconteceu), desta vez voltei a criar uma certa expectativa ... temerosa.

Afinal, e ao que dizem, tudo vai seguir o seu rumo normal, pelo que se vão manter as nossas frustrações e angústias de dias difíceis e de futuro incerto.

E como podemos andar tranquilos quando sabemos - e aqui, de forma egoísta, só falo do nosso país - que há crianças que chegam doentes aos hospitais por terem fome (os seus pais estão desempregados e não têm dinheiro para comida, nem para medicamentos) ou que o número de precários e de desempregados em Portugal ultrapassou a metade de toda a força de trabalho, atingindo 2,9 milhões?

Todavia, e apesar de eu parecer pessimista, na verdade sinto que mais uma vez conseguiremos ultrapassar as dificuldades presentes. Pelo que a única atitude que devo manter - para minha própria sanidade mental - é a de um "optimista céptico", como canta o Jorge Palma num dos seus temas.

E a provar que ainda tenho essa réstia de esperança, eis uma nota de (bom) humor que li algures na blogosfera:

"O fim do mundo anunciado para Dezembro de 2012 foi cancelado em Portugal pois o país já não tem capacidade financeira para receber o evento".
"Mai nada!"