terça-feira, janeiro 22, 2013

A verdadeira razão para a ADSE não acabar

 
 

O líder do Partido Socialista afirmou este fim-de-semana que queria que "os portugueses voltassem a acreditar na política e nos políticos". Eu gostaria de acreditar mas concordarão que isso vai ser muito difícil enquanto os partidos que estiverem no Governo puserem em prática políticas exactamente contrárias às que constavam nos seus programas eleitorais e pelas quais foram eleitos, ou enquanto ouvirmos diversos membros de um mesmo partido exprimirem publicamente ideias diferentes (e até contraditórias) sobre um mesmo assunto. É, pois, cada vez mais difícil acreditar nos políticos.

 
Ainda agora, Álvaro Beleza, dirigente nacional socialista com a responsabilidade da Saúde, afirmou que a ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos, deveria acabar e ser integrada no Serviço Nacional de Saúde. Em resposta, quer Carlos Zorrinho quer o próprio António José Seguro apressaram-se a dizer que a posição oficial do Partido Socialista não era essa e que Beleza falara apenas a título pessoal.



Sempre achei salutar a diferença de opiniões mas, num partido político como em qualquer organização, as divergências devem ser discutidas internamente para só depois haver uma conclusão que, essa sim, deve reflectir a posição oficial do organismo. Enfim, é só a minha opinião e aquilo que assistimos é uma coisa bem diferente.


 
Mas se as posições de Álvaro Beleza e de Carlos Zorrinho e de António José Seguro não são coincidentes, a ideia desse "grande político" que também pertence ao PS e que dá pelo nome de José Lello, divulgada no Facebook, é deveras eloquente: "não quer o fim da ADSE porque a maioria dos funcionários públicos são eleitores do PS".
 
Palavras para quê? Entre o número de votos nas eleições e o interesse do país e dos seus cidadãos, a escolha está feita. E se calhar é exactamente isso que pensa a maioria dos políticos ...
 




1 comentário:

Kruzes Kanhoto disse...

Tenho sérias reservas que o interesse do país passe pela extinção da adse. Uma questão que devia estar em cima da mesa é a de saber quem é vai financiar a entrada de 1,3 milhões de utentes no SNS. Desconfio que vai ser a generalidade dos tugas, mas pronto isso sou eu que às vezes duvido das boas intenções, das igualdades e, principalmente, da demagogia.