quarta-feira, janeiro 16, 2013

Pensões, reformas e frustrações ...

 
 
Diz quem sabe que o país está à beira da falência. Que não estamos na mesma situação da Grécia (é o que também dizem) mas que não andaremos muito longe disso (que também se ouve por aí). Como poupar dinheiro e reduzir custos? Onde é que o Governo pode "atacar" para ir buscar mais milhões? A receita é óbvia. Nos rendimentos do trabalho e ... nas pensões, com mais cortes e impostos. Aliás, é o que a generalidade dos países europeus estão a fazer para conter a despesa da Segurança Social: reduzir os montantes das pensões com novas fórmulas de cálculo, restringir o acesso a regimes de reforma antecipada e aumentar a idade de reforma. E, no caso de Portugal, as decisões têm que ser tomadas até Fevereiro. Tudo em nome da redução dos gastos com as pensões.
 
Admito que se trata de decisões difíceis de tomar. Mas em nome da tão falada equidade e da solidariedade para com os mais velhos, convém recordar três coisas:
- que em Portugal (que é o quinto país que mais gasta com pensões), quase 80% das pensões de antigos trabalhadores do sector privado são mais baixas do que 419 euros;
 
- que Portugal já é dos países europeus onde as pessoas saem mais tarde do mercado de trabalho. Mais tarde, ainda, do que os alemães ou que os finlandeses, países com regimes mais flexíveis de reformas antecipadas;
 
- que as regras que estavam em vigor quando se começou a trabalhar, se alteradas quando se aproxima o momento da reforma (quando não depois), frustram - e de que maneira - quem ao longo dos anos foi entregando os seus descontos ao Estado e criou justas expectativas numa reforma mais tranquila.
 
 



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