segunda-feira, abril 15, 2013

Senhores, estamos a falar de gente!




Ao mesmo tempo que no Conselho Nacional do PSD, realizado nos últimos dias, se aprovava um voto de louvor ao ex-Ministro Miguel Relvas por "inexcedível lealdade à causa pública" (????????), Passos Coelho anunciava que, por causa do malfadado chumbo do Tribunal Constitucional, o Governo decidira cortar 1 300 milhões de euros aos portugueses, a começar por aqueles que "têm uma vida mais desafogada": os doentes e os desempregados. A uma percentagem significativa da população que já enfrenta montes de problemas mas que, como dizia o outro, "ai aguentam, aguentam" com mais uns sacrifícios em cima. Financeiros, sociais e psicológicos.

Já em Dublin, na reunião dos Ministros das Finanças europeus, Vítor Gaspar tinha revelado que o primeiro dos muitos sacrifícios a impor aos portugueses para responder ao chumbo do Tribunal Constitucional (TC) incidiria sobre os desempregados e os doentes apoiados pelo Estado.
Sublinho, "o primeiro dos muitos sacrifícios a impor aos portugueses".

Mas factos são factos. Se os tipos do TC inviabilizaram um OE "tão bem feito" pelo Governo, havia que ir buscar a "massa" a outro lado. Onde? Ao sítio certo: aos quase 420 mil beneficiários do subsídio de desemprego e aos quase 95 mil que recebem subsídios por doença. Exactamente às pessoas que desesperam por não encontrar um emprego que lhes pague as contas e lhes devolva a auto-estima ou que estão fragilizadas pela doença.

Será que sensibilidade social diz alguma coisa a estes senhores?
 
 

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