sexta-feira, dezembro 20, 2013

Boas Festas




                                                                       Nesta época de festas,

                                                              Desejo-vos SAÚDE, PAZ e AMOR

                                                          ... e que 2014 vos traga tudo de bom


                                                                              BOAS FESTAS!

                                                                           BOM ANO NOVO!



 

quarta-feira, dezembro 18, 2013

O Benvindo



A história do Benvindo cruza-se com a minha própria história dos tempos de infância e juventude. Conheci-o ainda miúdo na aldeia da minha mãe para onde eu ia todos os anos passar o Verão. Corríamos, jogávamos a bola, brincávamos com a despreocupação própria dos nossos tenros anos.

Benvindo era filho de uma família muito humilde. No entanto, e apesar da falta de perspectivas que, nesse tempo, era comum à maioria dos miúdos das aldeias, notava-se nele uma ambição que mal conseguia disfarçar. De facto, era notória a atitude que transparecia na forma como jogava o futebol ou nas corridas que fazíamos rua acima rua abaixo, sobretudo pela mais íngreme da terra, a Rua Direita, que por acaso era a que, de todas, mais curvas tinha.
 
Já adolescente, essa ambição fazia-se sentir ainda mais fortemente, sobretudo no modo como tentava impressionar as raparigas, quase todas estudantes na capital e que viam nele um pobre coitado, sem dinheiro e sem estudos e, que desdenhavam por ser desengonçado e de fraca beleza, pelo menos aquela que correspondia aos cânones exigidos na época.

Estivemos muitos anos sem nos vermos. Ele ficou por lá e eu andei um pouco pelo mundo, levado pelos acasos e necessidades da vida.

Quando regressei à aldeia, quis rever esses amigos da minha juventude, aqueles poucos que tinham fugido à emigração para a Europa, para a América ou para Lisboa.

Estive, então, com o Benvindo. O olhar continuava vivo, mas agora algo perdido num corpo desgastado pelas azáfamas da vida do campo. Falámos durante boa parte da noite enquanto empurrávamos a broa e os pedaços de chouriço acompanhados do vinho carrascão oriundo de um dos lagares da aldeia.

 
Benvindo fez pela vida. Sempre andou no amanho das poucas terras da família e, mais tarde, foi regedor da aldeia e presidente da junta de freguesia. Era considerado pelas pessoas da povoação e dos burgos vizinhos.

Importante, considerado e muito narcisista. A tal ponto que, levado mais pelo culto de si próprio do que pela falta de estudo, mandou colocar nas duas entradas da aldeia placas bem grandes que diziam:

“Benvindo a Santa Maria”

Quando lhe disse, meio a brincar já se vê, que tinha que mandar rectificar as tais placas, porque em português, a saudação escreve-se “bem-vindo” ele sorriu e respondeu-me de imediato:

E tu julgas que eu não sei isso? É que assim o meu nome fica para sempre na História da aldeia, percebes?"

Claro que tinha percebido. E continuámos tagarelando e petiscando alegremente.

terça-feira, dezembro 17, 2013

Afinal (e até ver) o chocolate não engorda ...



Até que enfim, uma boa notícia. Infelizmente não tem a ver com a melhoria da situação do país ou dos portugueses mas diz respeito a um alimento que, para a maioria e de alguma forma, nos consola e nos "aconchega" nos piores dias (e nos melhores também). Estou a falar do chocolate.

Mas, até agora, havia um porém. A sombra de que a ingestão de chocolate fazia engordar travava o nosso entusiasmo e, quantas vezes, o nosso desejo transformado em necessidade era imediatamente sustido. Era até costume ouvir-se que "o chocolate não engorda, quem engorda é quem o come". Até que, há pouco, ouviu-se falar de um estudo desenvolvido em adultos por cientistas da Universidade da Califórnia que concluíra que uma maior frequência no consumo de chocolate também se associa com um menor índice de massa corporal. Mas era mais estudo feito pelos americanos e, muitos de nós continuámos com dúvidas sobre se, afinal, o chocolate engorda ou não.

Pois bem, um outro estudo agora apresentado mas, desta vez, levado a cabo por investigadores da Universidade de Granada demonstra cientificamente que um alto consumo de chocolate está associado a níveis mais baixos de gordura total e abdominal. Portanto, e agora de forma científica - até ver - o chocolate não engorda.

Para aqueles que não acreditam no que vem das Américas ou que repetem que "de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos", para os que, na verdade, são cépticos em relação a tudo, sugiro - nesta época propícia a alguns excessos alimentares - o consumo moderado de chocolate e, sobretudo, chocolate preto. Vão ver que tanto o vosso corpo como o vosso espírito vão-vos agradecer.


segunda-feira, dezembro 16, 2013

Multibanco: mais uma tentativa para taxar as operações ...



A questão já é velha e remonta ao início das ATM (a rede Multibanco) em Portugal. Lembro-me bem de quando apareceram as primeiras máquinas nas agências bancárias, nos primeiros anos da década de 80 do século passado. Embora Portugal fosse um dos últimos países da Europa ocidental a instalá-las, o equipamento era o que havia de mais avançado na época. Ainda assim, e por verem nos funcionários do seu Banco os amigos em quem podiam confiar, os clientes fugiam delas a sete pés. Foi necessário formar equipas de bancários que, devidamente preparados, foram "ajudá-los" a conhecer as máquinas, a fazer as transacções que pretendessem e a evitar as malfadadas filas que, nessa altura, eram imensas.

Foi o princípio. A clientela estranhou a inovação mas a verdade é que, rapidamente, aderiu de alma e coração. Foi então que para incentivar ainda mais a utilização das máquinas, as instituições bancárias lançaram uma taxa (alta) para cobrar a quem quisesse levantar dinheiro aos balcões em vez de ir às máquinas. Percebia-se bem o interesse dos Bancos: queriam fazer dos seus clientes empregados bancários não remunerados e, por já não serem necessários tantos, reduzir os seus funcionários de Balcão. Isto é, haveria uma significativa redução de custos.

E o facto é que o sucesso da utilização era tal (praticamente toda a gente já tinha aderido ao serviço Multibanco) que, anos passados, a Banca tentou cobrar uma taxa por cada operação realizada. Não resultou porque foi muita a indignação vinda de vários sectores. De tal jeito que até se legislou para impedir a cobrança dessa nova taxa.

Agora, volvidos mais alguns anos, a Banca está de novo ao ataque, a influenciar o poder (como sempre faz) para que a lei seja revogada e que, enfim, possam obrigar os clientes a pagar para poderem mexer no seu próprio dinheiro, efectuar pagamentos e consultar as suas contas. Uma verdadeira vergonha.

Ou seja, aliciaram-nos para utilizarmos as máquinas e depois de nos habituarmos já não podemos passar sem elas. Bem podemos dizer que "primeiro estranhámos e depois entranhou-se a necessidade". E agora querem obrigar-nos a pagar todas as transacções que efectuarmos. É imoral! Tanto mais que se sabe que o sector poupa 300 milhões por ano pelo facto dos clientes utilizarem a rede ATM.

Que iremos pagar parece não haver dúvidas. Resta saber é quando?


sexta-feira, dezembro 13, 2013

E agora quem é que nos reembolsa?




O Governo de Passos Coelho sempre fez ouvidos de mercador a quem se opôs às medidas drásticas impostas pela troika e, nomeadamente, à possibilidade de renegociar os prazos de pagamento da dívida. Vários entendidos na matéria, alguns deles da cor dos próprios partidos da coligação governamental, defenderam essa renegociação do programa, afirmando que austeridade em cima de austeridade só podia ter um resultado: a economia iria definhar e, consequentemente, o desemprego subiria e a falência das empresas e das famílias seria inevitável. Mas o Governo manteve-se firme e hirto, irredutível na submissão aos mercados e à Alemanha, sem querer perceber o rumo que o país seguia.

Ainda não há muito, o FMI já tinha admitido que, se calhar, tinha errado em tantas políticas de austeridade impostas aos países com programa. Até Olli Rehn, comissário europeu para os Assuntos Económicos afirmou que Portugal já empobreceu demasiado e que não vivemos acima das nossas possibilidades. Faltava a toda poderosa Directora-Geral do FMI, Christine Lagarde, fazer o "mea culpa". Reconheceu, enfim, que o "erro" em relação aos efeitos da austeridade obrigou Portugal e Grécia a aplicarem programas de ajustamento num espaço de tempo demasiado curto.

Levou tempo a estes "iluminados" reverterem a sua posição e considerarem que "é preciso dar tempo ao tempo". E de reconhecerem, também, os seus erros, nomeadamente que alguns temas não foram suficientemente abordados e explorados a fundo.

Mas o que fazer com tanto arrependimento? Sentimento que, ao que parece, não é assumido pelos técnicos da troika que estão no nosso país a efectuar mais uma avaliação. O que nós gostaríamos mesmo de saber é de que forma vamos ser ressarcidos dos efeitos provocados pelas medidas cegas que têm destruído o tecido económico e dado cabo - a todos os níveis - dos portugueses? Quem é que nos reembolsa?


quinta-feira, dezembro 12, 2013

Para além de um jogo de futebol ...



Na última terça-feira o meu filho convidou-me a ir à "Catedral" ver um jogo do meu Glorioso para a "Champions". Há muito que não assistia ao vivo a uma partida de futebol, logo eu que em miúdo tanto ia ao velho Estádio da Luz com o meu pai e com o meu avô. Claro que não estou a contar com o último jogo europeu na Luz (com os gregos do Olympiakos) porque, nessa noite, nem sequer fiquei para a segunda parte, tanta era a chuva.

Desta vez a noite estava boa e o Benfica até ganhou, embora isso não lhe tivesse servido de muito em termos de qualificação. Mas isso são outras contas.

O que achei extraordinário é que passado tantos anos, e tendo havido uma notável melhoria na educação e na formação das sucessivas gerações, tivesse ouvido imensos palavrões (dos fortes), frases inteiras em "português vernáculo" dirigidas aos árbitros (trajados de amarelo), aos jogadores, ao treinador e, admito eu sem ter certezas, a terceiros por serem culpados de irregularidades cometidas ou adivinhadas. Longe vão os tempos em que se atacavam apenas os árbitros (estes, então, vestidos de negro) e as suas mães ou que se dizia em tom de comentário coisas como "aquele jogador não estava a carbonizar bem" quando o que realmente pretendiam expressar é que o visado ainda não estava a carburar totalmente.

Agora, porém, os impropérios vinham de bocas aparentemente insuspeitas. Por exemplo, um rapaz com bom aspecto, duas filas à minha frente, ainda o jogo não tinha começado e já tinha despejado um rol de insultos dirigido ao árbitro assistente que estava mais perto de nós. Um amigo fez-lhe notar precisamente que o jogo ainda nem começara e a resposta veio de pronto: "pois é, mas é para ele se ir habituando, o cabr.....".

Na minha fila havia uma senhora (?) que, de quando em vez, lançava, furibunda, umas quantas injúrias que fariam corar de vergonha um guarda-republicano. Uma outra, com o filho pequeno sentado ao colo, gritava igualmente chorrilhos de insultos. Tenho a certeza que o filho nem precisará de muito esforço para aprender o vocabulário da sua mamã.

Melhor estavam duas jovens sentadas mesmo na minha frente a quem o Pai Natal já lhes tinha entregue a prendinha. Certamente tinham-se portado bem durante o ano e, logo no dia 10 de Dezembro, o "Papai Noel" tinha-lhes dado um "tablet" com que se entretiveram durante todo o jogo, de que viram praticamente nada. E vai aquela gente a um estádio. Não há pachorra.

Bem podem dizer que o futebol é um jogo de emoções. Será, se bem jogado. O que não tenho dúvidas é que, para além do jogo, há todo um conjunto de emoções, muitas delas "vestidas" de um vocabulário "rico" e ordinário, com ou sem novo acordo ortográfico.

terça-feira, dezembro 10, 2013

Ai, as dívidas!



Continuam as manifestações de alegria pelo (relativo) sucesso conseguido por Portugal na "ida aos mercados" na semana passada. É certo que não se tratou propriamente de uma ida aos mercados mas Maria Luís Albuquerque, tal como já o fizera Vítor Gaspar no ano passado, conseguiu convencer uns quantos investidores em dívida pública portuguesa a só receberem em 2017 e 2018 o que deveriam receber em 2014 e 2015. Tratou-se, pois, de uma renegociação da dívida, de um empurrar das nossas responsabilidades lá mais para a frente, para termos alguma folga durante algum tempo. Fez-se, portanto, e bem, aquilo que normalmente é conhecido por gestão da dívida.

Só que as mesmas coisas ditas ou feitas por pessoas diferentes têm, muitas vezes, interpretações diversas. Como aconteceu, e eu lembro-me bem, de quando, há cerca de um ano, José Sócrates disse numa conferência em Paris que "a dívida dos Estados não é para pagar, mas para ir pagando". Caíram-lhe logo em cima, o coitado. E ele só estava a falar na tal gestão da dívida, exactamente o que foi feito agora.

segunda-feira, dezembro 09, 2013

Porque continuamos a não consumir Cultura?



A pergunta é pertinente mas a resposta não é nada fácil. Porque continuamos a não consumir Cultura? É um facto que as verbas para a cultura são cada vez mais reduzidas e, por isso, quem cria tem cada vez menos possibilidades para fazer arte, mas também é verdade que os portugueses consomem muito pouca cultura. Vão pouco ao cinema e ao teatro, muito pouco aos museus e lêem quase nada. Porquê, é a grande questão. Por falta de educação ou por falta de dinheiro?

Costuma-se dizer que primeiro temos que pôr a comida na mesa e só depois se pode pensar em alimentar o espírito. Mas pode não ser bem assim. As duas "necessidades" são fundamentais para a vida e, às vezes, é uma questão de gestão dos orçamentos. Coisa que, para as famílias, vai sendo cada vez mais difícil.

Mas números são números e segundo o relatório do Eurobarómetro, os portugueses são dos cidadãos da União Europeia, ao lado de países como a Roménia ou a Bulgária, com menores taxas de participação em actividades culturais. Só 6% dos inquiridos, em Portugal, tem uma actividade cultural frequente enquanto que, por exemplo, na Suécia (43%), Dinamarca (36%) e Países Baixos (34%) os cidadãos são muito mais participativos. Mesmo os espanhóis têm uma taxa de 19%.

Mas, por outro lado, vemos e ouvimos muita televisão - é cómodo, entra pela casa adentro e podemos ver filmes e séries à-vontade. Temos muitos iPads, iPhones, Tablets e Facebook que já nos distraem bastante. Para quê gastar mais em cultura se temos tanto entretenimento à mão?

Portanto, a crise económica pode explicar grande parte dos números (embora haja uma muitos eventos culturais gratuitos, há sítios na internet que os anunciam) mas tenho a convicção que é também uma questão de educação. Desde há muito que nos habituaram ao que é mais imediato. Para quê esperar pelo final de um livro que leva tanto tempo a ler? O que nos leva à falta de estímulo no ensino cultural nas escolas. Coisa que a sociedade em geral não tem considerado um bem essencial mas que, na verdade, é um importante investimento.

E o desinvestimento na educação e na cultura verificado nestes três últimos anos estão a destruir o muito que foi feito em tempos não muito longínquos. É preocupante, é uma vergonha e vamos pagar caro por isso.

sexta-feira, dezembro 06, 2013

Invictus




"Invictus", o poema do britânico William Ernest Henley


que inspirou Nelson Mandela


 

Invictus


Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.


quinta-feira, dezembro 05, 2013

Se o Estado fosse mais solidário ...



Gostei de ouvir, como sempre gosto, Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa, na entrevista que concedeu à SIC Notícias. É um homem inteligente, sensato e conhecedor da realidade social no nosso país.

E gostei nomeadamente quando, referindo-se à campanha deste último fim-de-semana do Banco Alimentar Contra a Fome e à solidariedade dos portugueses que doaram 2 800 toneladas de produtos alimentares, afirmou que "o Estado arrecadou milhões com a campanha do Banco Alimentar". E acrescentou "o Estado também devia ser solidário, que é preciso não esquecer que destas ajudas, destas toneladas imensas, o Estado arrecada em IVA uma percentagem desta solidariedade. Interessante seria se o Estado fosse capaz de renunciar a este IVA e possibilitar que as pessoas ainda dessem mais”. Com essa atitude, sublinha, “acrescentávamos a estas toneladas mais 23%”.

Felizmente que Eugénio Fonseca tem um tempo de antena (que eu não disponho) que lhe permite "dar recados". Ando há anos a pregar esta "ideia absurda" que o IVA sobre os bens doados não deveriam constituir uma receita fiscal mas ser reinvestido em mais bens (alimentares ou outros) que seriam entregues às pessoas que mais necessitam. Afinal, uma tarefa que é da responsabilidade do Estado mas que ele não consegue cumprir e daí a necessidade de um trabalho imenso por parte das Instituições de Solidariedade Social.

Mas defendo igualmente que uma parte do lucro auferido pelas superfícies comerciais com as vendas neste tipo de campanhas também deveria ser entregue aos promotores dessas mesmas campanhas. Ao fim e ao cabo, nestes dias, as vendas sobem exponencialmente.

Se o problema é de ordem organizacional e, neste momento, não é possível saber-se qual a parte da factura que vai para a solidariedade ou a que se destina ao consumo próprio, então mudem-se as normas e ajustem-se as aplicações informáticas. Reorganizar é possível ... se houver vontade. E se assim fosse, poderiam, com toda a propriedade, dar sentido mais amplo à chamada "Responsabilidade Social" que tanto gostam de apregoar mas que nem sempre é tão eficaz como se pretende.

Utopia? Talvez ... mas bastava querer.

terça-feira, dezembro 03, 2013

A hipocrisia de Passos Coelho



Depois de, por duas ocasiões, membros do Governo incentivarem os portugueses a emigrar - a primeira, através do Secretário de Estado da Juventude, direccionada aos jovens em geral e, a segunda, por intermédio do próprio Primeiro-Ministro, dirigida aos professores - Passos Coelho considerou há dias que, afinal, "os jovens portugueses são uma grande esperança para a transformação da economia portuguesa e que a sua qualificação será crítica para o fim da actual crise e para evitar novas crises".

Porém, Passos não disse se incluía nestes jovens de que falava agora os professores a quem ele tinha indicado a porta de saída. Limitou-se, de forma hipócrita, a afirmar que deposita a maior esperança nesta geração tão qualificada.

Só há um pequeno problema. É que têm que dar a esta rapaziada a oportunidade de trabalharem, de produzirem, de se realizarem, de não se sentirem descartáveis e indesejados no seu próprio país. É, portanto, indispensável pôr a economia a funcionar. E, em Portugal, o desemprego jovem atingiu quase os 43%. Um número assustador. Uma tremenda tragédia.

Mensagens de esperança não bastam. É preciso mais.

segunda-feira, dezembro 02, 2013

À procura de emprego ...




Em vez do envio de montanhas de currículos, um casal decidiu publicar um anúncio no Expresso a pedir emprego. Um texto bem escrito, elegante e com carradas de desespero irónico.

Rezava assim:



CASEIROS

EDUCADOS, CULTOS, POLIVALENTES


Portugueses, 50 anos, sem filhos. Pré-falidos (mas sem dívidas), elegantes e com muito boa presença. Procuramos trabalho com alojamento (não fumadores). Senhora com formação musical e desportiva (podendo ajudar com as crianças), carta de marinheiro (podendo cuidar de barco ou navegar), bons conhecimentos de cozinha. Ele atleta, ex-relações públicas e empresário. Ambos com formação pré-universitária e fluentes em inglês, francês, castelhano. Ambos carta de condução. Moramos (ainda) Cascais (Bicuda). Melhor nível Moral, com elevadíssima educação e "saber estar" inquestionável. Ambos com experiência de chefia. Aceitamos deslocar qualquer parte do país (ou mesmo estrangeiro).

Nota: Apesar de possuirmos a HUMILDADE suficiente para SERVIR, queremos informar que não possuímos mais-valias rurais ou similares.

Contactar: ...........

 
Fiquei curioso. Será que este casal educado, culto e polivalente vai arranjar emprego com facilidade?