sexta-feira, julho 25, 2014

A Guiné Equatorial e a sua proximidade a Portugal, por razões históricas e linguísticas ...



Na data prevista, a Guiné Equatorial consumou a sua adesão à CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - como membro de pleno direito, depois de em 2010, por decreto presidencial, a língua portuguesa se ter tornado no terceiro idioma oficial do país, depois do espanhol e do francês. A verdade, porém, é que por lá ninguém fala o português e nem sequer o francês (a segunda língua oficial desde 1997, cujo o ensino regular nunca foi implementado nem é usado pela população). O castelhano prevalece como língua materna corrente.

Naturalmente que a adesão foi devidamente anunciada no sítio oficial da Guiné Equatorial na Internet, em versões em espanhol, inglês e francês, mas não em língua portuguesa.

O facto é que a Guiné Equatorial já pertence à CPLP. Venceu o poder do petróleo que produz. Confesso que senti vergonha ao ver Cavaco Silva e Passos Coelho aplaudirem o ditador da Guiné Equatorial, como representante de um novo estado-membro que nem sequer necessitou de qualquer votação para ser admitido.
E agora, quem será o próximo membro? Para já foram admitidos como observadores associados a Geórgia, a Namíbia, a Turquia e o Japão, para além das Ilhas Maurícias que já tinha esse estatuto. E esse é só o primeiro passo para mais tarde integrarem a Grande Comunidade.

Uma última nota para sublinhar a afirmação do Presidente Teodoro Obiang de que "a Guiné Equatorial sofre claramente de orfandade cultural por ser o único país hispânico de África". Também aproveitou para salientar "a sua proximidade a Portugal, por razões históricas e linguísticas". Quais razões, pergunto eu?

quinta-feira, julho 24, 2014

Café sem ... princípio




Não sei se vos acontece o mesmo mas confesso que sinto admiração pelos empregados de mesa que aceitam, em simultâneo (e sem se atrapalharem), pedidos tão diferenciados.

Diferenciados e, às vezes, só aparentemente diferentes. Por exemplo, um simples café pode ser apenas um café, um café em chávena escaldada ou em chávena fria, uma italiana, um café cheio, um duplo ou um carioca. Quando não uma bica ou um cimbalino, alguns com ou sem cheirinho.
Enfim, estas são algumas das expressões mais utilizadas mas já se vai ouvindo outra com alguma frequência, a do café sem ... princípio. Já conheciam?

Pois é, agora está muito na moda pedir-se "café sem ... princípio", ou seja, uma bica sem os pingos iniciais do café para que saia mais fraco, assim como uma espécie de carioca. É uma questão de gosto mas atenção - digo eu que sou um grande apreciador de café - ao pedi-lo, está a perder o melhor do café, a sua essência.

Voltando aos empregados de mesa. Convenhamos que conseguir memorizar tantos pedidos diferentes, mas simultâneos, é obra. Até pode ser que o empregado peça "Tira nove cafés: um normal, dois em chávena escaldada, outro em chávena fria, uma italiana, um cheio, um duplo, um carioca e um sem princípio". Mas não é tarefa fácil. E eu suspeito que, em algumas situações, o pedido seja feito simplesmente "Sai nove cafés"!

terça-feira, julho 22, 2014

Só mais três coisinhas sobre a "Copa" do Brasil ...



A vingança é um prato que se serve frio, não é o que dizem? Pois bem, ainda não esquecidos aqueles humilhantes 4 a 0 que sofremos frente à Alemanha no Mundial de Futebol do Brasil, engolimos o nosso orgulho, arregaçámos as mangas e, pouco tempo depois, agora no Europeu de hóquei em patins, demos uma tremenda goleada aos alemães, nada menos que uns expressivos 13 a 3, o que os deve ter deixado arrepiados. Pena foi que a imprensa não tivesse destacado convenientemente a merecida vitória da nossa equipa (nem a Chanceler Angela Merkel conseguiu evitar uma cabazada daquelas). Cá se fazem, cá se pagam.

Mas a "Copa" do Brasil, para além dos "amargos de boca" que nos provocou (e à Espanha, ao Reino Unido e a muitos outros, também ao próprio Brasil) mostrou ao mundo como, neste "circo" do futebol, a solidariedade às vezes acontece. Recordo dois casos:

- os jogadores da selecção argelina - uma das equipas que mostraram um futebol alegre e ofensivo - decidiram doar a totalidade prémio que tinham recebido por participarem no Mundial para causas humanitárias;

- o jogador do Real Madrid, Mesut Özil, anunciou que vai utilizar o prémio de participação no Mundial para financiar cirurgias a 23 crianças brasileiras. O internacional alemão já tinha pago 11 cirurgias antes do início do torneio, mas resolveu aumentar o número de crianças depois de ter conquistado a prova. Özil recebeu cerca de 300 mil euros por ter feito parte da equipa que se sagrou campeã do Mundo.

Bonito, não é?

quinta-feira, julho 17, 2014

O estranho caso do Estudo desaparecido



Sempre gostei de romances policiais e de mistério. A bem dizer "devorei" os livros de Agatha Christie e, no cinema, rendi-me por completo ao Mestre dos filmes de suspense Alfred Hitchcock. Mas na vida real as coisas acontecem e o que aparentemente nos faz acreditar em determinado desfecho, vem-se a constatar que, por insondável mistério, afinal, têm um fim diferente.

Por exemplo, ainda há pouco se julgava que os ilícitos cometidos no Grupo Espírito Santo eram da responsabilidade de determinadas pessoas e, vistas as coisas, o único culpado (dizem) era o desgraçado do contabilista ... "elementar, meu caro Watson".

Exactamente como aconteceu no caso de um certo estudo que foi encomendado por um antigo director da cultura da Câmara Municipal de Lisboa à irmã da sua então companheira, trabalho esse que custou 27,8 mil euros mas que, desgraçadamente, nunca apareceu. Mas como se não fosse bastante o desaparecimento de um estudo que foi pago pelo Município, outras questões relevantes foram colocadas e deu direito a um processo em tribunal. Coisas tão pueris como saber a utilidade desse estudo (saber sobre os direitos de autor do espólio do poeta Fernando Pessoa) e os porquês de ter sido concedido por ajuste directo à sua cunhada e a uma sua amiga, ambas ex-colaboradoras da Câmara.

O processo durou 5 anos e o Tribunal acabou por absolver os três ex-funcionários da Câmara de Lisboa. Os juízes concluíram que "o preço pago era justo e proporcionado" mas ... azar dos azares, o estudo não foi visto por qualquer pessoa além dos arguidos. Desapareceu, simplesmente. Como desapareceram da Tesouraria Municipal os 27,8 mil euros.

Mas há um detalhe que é importante: Segundo garantiu o tal director da CML, quando saiu da autarquia, no final de 2008, ele deixou o estudo em cima da secretária, mas o documento nunca foi visto por qualquer pessoa. Portanto ...

Portanto, a culpada só pode ter sido a senhora da limpeza que, sem querer, deitou o dossier para o lixo. "Elementar, meu caro Watson".

quarta-feira, julho 16, 2014

O ensino obrigatório do inglês ... do oito ao oitenta?



Não sou intransigente ao ponto de condenar aqueles que tomam decisões (irrevogáveis ou não) mas que tenham a coragem de voltar atrás e dar o dito pelo não dito. Bem pelo contrário, às vezes acontece. Não sei se foi isso que aconteceu com o Ministro Nuno Crato ao acabar com a disciplina obrigatória de Inglês no 1º. ciclo. Mas sei que das experiências que o Ministro da Educação tem levado por diante duas houve que causaram grande polémica, a redução das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) para metade do tempo e o acabar com a obrigatoriedade do ensino de Inglês, introduzida pela primeira vez em 2005, no tempo de José Sócrates. Afinal, Sócrates parece que fez algumas coisas boas.

Face à situação caótica do ensino da disciplina e ao estado preocupante do domínio da língua inglesa por parte dos alunos - cerca de metade praticamente não sabem falar ou têm um conhecimento muito elementar da língua - o Ministro anunciou que o ensino do inglês passará a ser obrigatório a partir do 3º ano de escolaridade, já em 2015/2016. Mais vale tarde do que nunca. A decisão foi, de facto, tardia mas óbvia: o inglês é uma língua universal.

Só há um porém. Se aplaudimos a decisão de retomar o ensino obrigatório do inglês desde cedo, não sei se não será precipitado o objectivo - dentro de três ou quatro anos - que todos os alunos do ensino secundário sejam certificados pelo Cambridge com o nível First Certificate. É que o passo pode ser maior do que a perna ...

terça-feira, julho 15, 2014

Don't Cry for Me, Argentina



Terminou a maratona futebolística da "Copa" que, se outros méritos não revelou, teve, pelo menos, o condão de nos fazer esquecer um pouco das muitas desgraças que nos vão acontecendo. Desta vez não foi, portanto, por obra e graça do Divino Espírito Santo. Não certamente, porque esse - o Espírito Santo - só na última semana teve mais tempo de antena do que alguns dos jogos transmitidos, mesmo com prolongamento e tudo.

Terminou, então, o Mundial de Futebol, que foi assim para o fraquito, convenhamos, onde os grandes craques passaram despercebidos, e até os melhores do mundo, nomeadamente o Cristiano Ronaldo e o Messi (embora este tenha sido escolhido como o melhor jogador do Mundial, um distinção que me pareceu uma espécie de prémio de consolação concedido pela FIFA), que pôs de rastos os brasileiros pelos resultados humilhantes contra a Alemanha e a Holanda e que provocou incidentes graves na Argentina com a revolta dos adeptos pela sua equipa não ter conseguido ganhar à Alemanha. Nem mesmo com o apoio espiritual do Papa Francisco, ele próprio argentino e adepto de futebol. Enfim, "Don't Cry for Me, Argentina"! Mas, como se costuma dizer, o futebol é isto, o futebol, são onze contra onze e no fim quem ganha é a Alemanha!

Repararam que nada disse sobre a nossa magnífica selecção, que tem o melhor jogador do mundo (CR7), o capitão, aquele que dizia a princípio que este era o ano de Portugal mas que, quando as coisas correram para o torto, rectificou o discurso e afirmou que nunca tinha pensado ser campeão do mundo. A bola é redonda e dá muita volta. Porém, bem vistas as coisas, temos como atenuante (é assim que se faz na política), aquando da fase de grupos, termos perdido por 0 a 4 contra o novo campeão, a Alemanha, e que esse resultado foi bastante mais favorável do que conseguiu o anfitrião Brasil, 1 a 7 contra a mesma Alemanha. São desculpas, sim, mas que nos consolam a alma.

Claro que na nossa imprensa desportiva de ontem as primeiras páginas deram especial destaque ao Mundial e ao jogo da final. E também enfatizaram o mercado de transferências (do futebol, pois claro). Nas linhas mais pequeninas de alguns jornais desportivos podiam-se ler notícias bem menos interessantes. Por exemplo, que Emanuel Silva e João Ribeiro são os novos campeões europeus de canoagem. Mas isso são outras histórias que não vêm ao caso ...



quinta-feira, julho 10, 2014

Ah, Valentes!



O desprezo (que nem sequer disfarçam) que certos estrangeiros demonstram pelos portugueses é confrangedor. Lembram-se quando o José Mourinho foi a primeira vez para o Chelsea e teve que pôr em sentido os jornalistas ingleses que o massacravam, pondo em dúvida a sua competência? Logo ele que tinha ganho em Portugal tudo o que havia para ganhar mais uma Taça UEFA e uma Taça dos Campeões Europeus. Claro que Mourinho falou alto e grosso e fez frente a quem o desafiava. Foi remédio santo.

Há dias foi a vez do eurodeputado comunista João Ferreira dar uma lição de boa educação ao candidato designado para presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Depois de criticar o papel desempenhado em Portugal pela troika - que o senhor Juncker apoiou - e chamar-lhe a atenção para a realidade do país, referindo-se ao estado da economia e à escalada da dívida, João Ferreira fez uma pausa entre as duas questões que estava a colocar ao político luxemburguês, ao ver que este estava sem os auscultadores e manuseava o telemóvel.

“Vou fazer uma pausa para que possa desligar o telemóvel”, disse, firme, o deputado português, ao que Juncker gaguejou que estava a responder a uma mensagem da sua mulher. Uma resposta abstrusa, pífia e completamente inaceitável. E mesmo que conhecesse muito bem a realidade portuguesa, como afirmou, isso não o dispensava de estar atento à interpelação do eurodeputado português.

Irrita-me que tenhamos que nos pôr em bicos de pés para que essa gentinha sinta que temos todo o direito a sermos respeitados. Não fazem ideia como a sobranceria de certas figuras me tiram do sério.

terça-feira, julho 08, 2014

Mas se o IVA desce por que é que o preço final fica na mesma?



Sabem aquelas vezes em que nos atiramos "desalmadamente" a um petisco de arregalar o olho e, passado um tempinho, dá-nos um mal-estar dos diabos? Pois foi o que me aconteceu quando soube que a taxa de IVA do pão com chouriço, com nozes, passas ou torresmos locais passou de 23% para 6%. Aleluia, pensei. É que o intuito, segundo a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), foi o de proteger os produtos e a economia regional. O que quer dizer que o pão com chouriço vai, assim, pagar o mesmo IVA de 6% que paga o leite, a água e o pão.

Aleluia, repeti para com os meus botões. Fiquei mesmo satisfeito com esta baixa de impostos que vai beneficiar a economia local muito embora eu, como consumidor, não faça a mínima ideia se aquele pão que estou a comprar tem lá dentro o chouriço, as nozes, as passas ou os torresmos dos ditos produtores locais.

Agora onde eu fiquei com a tal azia foi quando li - na mesma notícia - que uma baixa da taxa de IVA pode não implicar uma descida dos preços do pão com chouriço, nozes, passas ou torresmos: "Tudo depende das margens, porque, em muitos casos, estão esmagadas e uma descida do IVA não vai ter reflexos no preço final".

Ora abóbora (abóbora local, já se vê), se o preço não baixa e a malta não compra como é que as economias locais vão ganhar alguma coisa? Ainda se o preço final fosse mais baixo podia ser que produzissem mais e, portanto, ganhassem também mais ... mas assim? Será que estou ver mal a coisa?

sexta-feira, julho 04, 2014

A Guiné Equatorial junta-se, finalmente, à CPLP



A investigação publicada ontem pelo jornal "Público" sobre empresários estrangeiros, vítimas de extorsão e de ameaças na Guiné Equatorial, deu especial enfoque ao caso do empresário italiano Roberto Berardo que foi preso e torturado naquele país "só" por ter questionado a gestão (e o desvio de fundos) de uma empresa criada com o filho do Presidente Obiang. Aliás, como se sabe, para que alguma empresa estrangeira possa investir naquele país, uma das condições impostas é que um dos membros da família presidencial seja Presidente ou faça parte da Administração da mesma. Esta é apenas uma "peculiaridade" de um país com altíssimos níveis de corrupção a começar pelo próprio Presidente, Teodorin Obiang, ele próprio acusado de corrupção e compra de bens e propriedades, através de práticas criminosas.

E é este país - a Guiné Equatorial - que vai entrar este mês para a CPLP como membro de pleno direito. O Presidente Obiang é esperado no próximo dia 23 de Julho em Díli, na cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Nesta reunião de alto nível deverá ser formalizada a adesão do país como membro de pleno direito depois de, em Fevereiro passado, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos oito países lusófonos terem aprovado a entrada da Guiné Equatorial por considerarem que a antiga colónia espanhola cumpriu o roteiro previsto para os direitos humanos.

E a grande questão é: mesmo que esse tal roteiro tenha sido cumprido, isso seria o bastante para que um país deste calibre seja membro da CPLP? Mas há mais:

Recordo o que aqui escrevi em Julho de 2008, já lá vão 6 anos. "... a CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – é uma organização formada por oito países lusófonos – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Nos seus estatutos existe uma regra fundamental que tem que ser escrupulosamente respeitada, que é, “qualquer país que faça parte desta comunidade tem que ter o Português como língua oficial”.

" ... a associação (CPLP) tem como lema “A Língua Portuguesa: Um Património Comum, Um Futuro Global".

Direitos Humanos e Língua Portuguesa à parte (nem um nem outro são, de facto, cumpridos) o que é que nos faz acolher um país como a Guiné Equatorial? Como diria o outro ... mistério ... ou talvez não!

quarta-feira, julho 02, 2014

Um "Grammy"para Carlos do Carmo



A notícia "caiu" com um trovão. Pela primeira vez, um artista português recebeu a mais alta distinção do mundo da música pela excelência musical do seu trabalho. Foi com imenso orgulho que se soube que Carlos do Carmo vai receber (a 19 de Novembro, em Las Vegas) um "Grammy" concedido - por unanimidade de um júri composto por 16 pessoas - pela Latin Academy of Recording Arts and Sciences. Um prémio de carreira, o "Grammy Lifetime Achivement Award". O mesmo prémio que já foi entregue a artistas como Frank Sinatra ou Elvis Presley entre outros.

E Carlos do Carmo, um dos nomes históricos do fado, fez jus a este prémio. Pela forma como reinventou o modo de cantar o fado, pelos autores (de letras e de músicas) que escolheu (ou o escolheram) para interpretar, pela voz única que possui e pelo empenho a favor do fado e dos seus intérpretes que tem demonstrado ao longo de 50 anos de carreira que ainda estão a ser comemorados.

Mas a minha satisfação é ainda maior por me recordar que ao longo destas últimas quatro décadas, Carlos do Carmo nunca abdicou de defender as suas convicções: o fado (sobretudo nos anos a seguir ao 25 de Abril em que a canção nacional não era muito bem aceite), o ser de esquerda e o ser católico. E isso merece-me um cumprimento muito especial.
 


Nota: Hoje no Baú

http://bau-demascarenhas.blogspot.pt/

Carlos do Carmo em "Duas lágrimas de orvalho"

terça-feira, julho 01, 2014

República ou Monarquia?



Nasci e fui criado no regime republicano vigente e nunca tive um interesse particular pelas deslumbrantes festas e notícias da monarquia tão badaladas nas revistas cor-de-rosa. Apesar de, ainda há pouco, ter dedicado alguma atenção às cerimónias da abdicação do Rei Juan Carlos a favor do Príncipe Filipe, seu filho. Mas, na verdade, não tenho argumentos fortes a favor de um ou de outro modelo de Estado. Enfim, parece-me mesmo que para a generalidade dos cidadãos tanto faz, desde que as coroas vivam em democracia. Não tenho argumentos mas tenho um "porém": é que na República são os cidadãos que escolhem, por voto directo, o Presidente (o que não nos garante grande coisa, diga-se em abono da verdade), enquanto na monarquia a sucessão real não carece do voto do povo.

E os custos de um ou de outro sistema serão semelhantes? É reveladora a reportagem da RTP1, em que a sua correspondente em Madrid relatava:

"a monarquia custa a cada espanhol 19 cêntimos enquanto a Presidência da República em Portugal custa a cada português 1 euro e 58 cêntimos. Em termos de transferência do Estado, o Governo Espanhol transfere para a Casa Real quase 9 milhões de euros enquanto o Governo Português transfere para a Presidência da República quase 16 milhões de euros".

Estou em crer que este ESCÂNDALO nada tem a ver com o facto dos países serem Repúblicas ou Monarquias. Mas dá que pensar, não é?