terça-feira, dezembro 09, 2014

Dois pesos e duas medidas?



Apesar da OCDE reconhecer que as perspectivas de crescimento económico em Portugal aumentaram em Outubro face ao mês anterior e continuam acima da média da zona euro, apesar do Eurostat ter confirmado que a economia portuguesa cresceu 0,3% no terceiro trimestre e apesar das reiteradas afirmações da nossa Ministra das Finanças em que as reformas não abrandaram após a saída da troika e o défice previsto para 2015 vai mesmo ser cumprido, ainda assim, mantêm-se as dúvidas das instâncias europeias. Exactamente por isso realizaram-se ontem duas reuniões do Eurogrupo em que os Ministros das Finanças dos 28 discutiram os "riscos" de incumprimento das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, detectados nos Orçamentos de Estado para 2015, concretamente em sete países: Bélgica, Espanha, França, Itália, Malta, Áustria e Portugal. Por precaução, já se vê, se bem que parece haver uma grande preocupação com a Estabilidade e pouca com o Crescimento.

Porém, o que me custa aceitar é que, apesar dos sinais e das previsões acima referidas, o foco continue a incidir sobre Portugal quando, por exemplo, a França e a Itália, países muito maiores do que nós e com economias muito mais pujantes, já tenham afirmado que não só os respectivos défices vão continuar a ser excessivos como as reformas estruturais exigidas há muito vão permanecer à espera de melhores dias. E custa-me, sobretudo, porque há dois pesos e duas medidas. O que, entre países membros da Comunidade Europeia, é perfeitamente inaceitável.



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