terça-feira, maio 12, 2015

Uma questão de memória ...



É curioso ouvir as mesmíssimas pessoas que não paravam de queixar-se do frio e da chuva, do Inverno que não acabava mais e que, agora, com sol e calor, dizem já estar fartas das temperaturas altas. Exactamente como aconteceu a António Costa que era acusado de não apresentar propostas para mudar o rumo do país e que, agora que começou a dizer ao que vinha, logo lhe caíram em cima afirmando que as medidas não são exequíveis (sob pena de mergulharmos de novo no mais fundo dos buracos) e que aí está a demagogia no seu máximo esplendor. Por outras palavras, preso por ter cão e preso por não ter.

Mas como sou uma pessoa bem intencionada, prefiro pensar, no que toca ao líder do PS, que a questão não passa da habitual trica partidária. Já no que respeita ao tempo, a única responsável é capaz de ser a falta de memória.

Falta de memória que, aliás, é muito comum cá pelo burgo. Como aconteceu, por exemplo, durante os trabalhos da recente comissão de inquérito ao caso BES/GES em que o país teve a ocasião de ver e ouvir como competentíssimos, consideradíssimos e premiadíssimos gestores, mostraram ter uma memória péssima quando confrontados pelos deputados. Não se lembravam dos factos, deles não tinham conhecimento ou não estavam em condições de assegurar se tinham alguma coisa a ver com as decisões tomadas. E certamente que se esperava uma memória mais consistente de quem mandava em tanta coisa ou era o dono disto tudo.

E o que dizer do desmemoriado Primeiro-Ministro Passos Coelho que depois de ter prometido mundos e fundos na campanha eleitoral de 2011 se esqueceu da maioria das promessas e fez precisamente o seu contrário?

Enfim, a minha memória também já não é o que era mas, para que conste, sinto-me bem com o tempo quente que se tem feito sentir.

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